Cachaça é o terceiro destilado mais consumido no mundo
Com avanços significativos dedicados à seleção cada vez mais criteriosa de matérias-primas, com foco na qualidade e diversidade de produtos, moderna tecnologia de beneficiamento, bem como investimentos em marketing, o Brasil vem se destacando na produção e comercialização de cachaça.
Com quase 500 anos de história, a cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, tendo como matéria-prima exclusiva o mosto fermentado do caldo da cana-de-açúcar, com teor alcoólico de 38% a 48%. Atualmente é o terceiro destilado mais consumido no mundo, sendo produzido em todo o território nacional.
O Brasil tem quase dois mil produtores de cachaça, devidamente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e aproximadamente quatro mil marcas. Estima-se que esses produtores possuam uma capacidade instalada de produção de aproximadamente 1,2 bilhão de litros anuais da bebida.
Outro dado, agora extraído do Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que há no Brasil aproximadamente 11 mil empresas produtoras de aguardente de cana (o que inclui a cachaça), sendo 90% desse total formados por pequenos e médios fabricantes.
Ociosa, a produção anual brasileira de cachaça gira em torno de 800 milhões de litros, que movimentam cerca de R$ 1,4 bilhão em negócios, abrangendo o mercado doméstico e o comércio exterior. A cadeia produtiva do segmento gera mais de 600 mil empregos entre diretos e indiretos. Entre as principais regiões produtoras, destacam-se os Estados de São Paulo, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraíba. Os números são do Ibrac (Instituto Brasileiro da Cachaça).
Em 2014 – os números deste ano ainda não estão disponíveis -, o Brasil exportou cachaça para 66 países, tendo como principais mercados Europa, especialmente Alemanha, e Estados Unidos (EUA). Foram embarcados cerca de 10,18 milhões de litros, volume 10% superior ao registrado em 2013. Atualmente, o setor conta com cerca de 60 empresas exportadoras, que geram uma receita aproximada de US$ 18,33 milhões. Até o fim de 2016, segundo estimativas do Ibrac, o objetivo é de um aumento de 8% nas exportações do produto.
Reconhecimento da cachaça
O processo de reconhecimento da cachaça nos Estados Unidos, Colômbia e neste ano por parte México, como um destilado exclusivo do Brasil é um dos fatores que vem impulsionando a internacionalização do produto.
De acordo com o diretor-executivo do Ibrac, Carlos Lima, a proteção do nome abre caminho para investimentos mais efetivos em marketing, que possam cada vez mais ressaltar a cachaça como um produto único do Brasil, assim como é a tequila para o México.
Recentes aquisições de fabricantes nacionais de cachaça por grandes conglomerados globais do segmento de bebidas é outro atributo que realça o potencial do setor.
Assim como no caso das frutas, a cachaça também conta com um programa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) para promoção comercial. Com a participação de aproximadamente 40 empresas, o convênio, que vai até o final do próximo ano, prevê investimentos de R$ 1,6 milhão.
A Europa será objeto de parte significativa das ações, especialmente pelo fato de que mesmo sendo mercado prioritário, a região ainda não reconhece a cachaça como um produto exclusivo do Brasil. Internamente, o segmento trabalha pela regulamentação do uso da Indicação Geográfica na bebida, assim como acontece com o vinho.
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