Tributação sobre vinhos e destilados sobe a partir de dezembro

Alíquota sobre vinhos, por exemplo, passa a ser de 10% do preço.
Medida vai gerar arrecadação extra de R$ 1 bilhão em 2016, diz Receita.

O governo federal publicou um novo modelo de tributação para vinhos, espumantes, uísques, vodcas, cachaças, licores, sidras, aguardentes, gim, vermutes e outros destilados, com aplicação a partir de dezembro deste ano.

A medida vai gerar arrecadação extra de R$ 1 bilhão em 2016, de acordo com a Receita Federal. Ela faz parte de uma série de ações do governo para ter mais receita e equilibrar as contas públicas, que devem fechar no vermelho em 2016.

O Fisco observou que o mercado é livre e que o repasses da alta da tributação para os preços depende dos produtores e revendedores.

Pelo modelo anterior, as chamadas “bebidas quentes” eram classificadas dentro de uma tabela, que variava de “A” a “Z”, de acordo com o volume e seu preço, e sobre essas “classes” eram aplicadas as alíquotas do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). Neste regime, que vigora até o fim de novembro, há um teto de tributação, que varia de R$ 0,14 a R$ 17,38 para cada produto.

Com o novo modelo, será cobrada uma alíquota dependendo do tipo da bebida e não haverá mais teto.

Tributação sobre vinhos e destilados sobe a partir de dezembro

Tributação sobre vinhos e destilados sobe a partir de dezembro

Vinho terá alíquota de 10%

Os vinhos nacionais, por exemplo, que tinham uma tributação limitada a R$ 0,73 por litro (teto do IPI com sistema atual), passarão a pagar uma alíquota de 10%.

Um vinho nacional de R$ 30, por exemplo, pagará R$ 0,78 de IPI até o fim de novembro. A partir de dezembro, serão cobrados R$ 3.

Os vinhos importados, por sua vez, pagam um teto de R$ 0,73 para valores de até US$ 70 (grande maioria dos produtos). Depois de dezembro, passarão a pagar também 10% de IPI.

Alta de IPI para destilados

No caso dos uísques, a Receita Federal informou que a tributação, que antes tinha um teto de R$ 9,83 (red label, por exemplo) a R$ 17,39 (blue label), passarão a pagar 30% do seu valor em Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). Com isso, também deverão ter aumento de tributação a partir de dezembro deste ano.

Pelo novo sistema, as vodcas pagarão uma alíquota de IPI de 30%, as cachaças de 20%, os licores de 30%, as sidras de 10%, as aguardentes de 25%, o gim de 30% e os vermutes de 15%.

O Fisco não informou qual o teto de pagamento de IPI de cada um destes produtos no sistema atual.

Tributação sobre vinhos e destilados sobe a partir de dezembro

Tributação sobre vinhos e destilados sobe a partir de dezembro

Justificativas

De acordo com a Receita Federal, embora a mudança do modelo de tributação deva gerar receitas adicionais, estimadas em R$ 1 bilhão em 2016, a mudança visa simplificar o processo de cobrança e passar a tributar o setor com um modelo tradicional, já aplicado ao restante da economia.

“O sistema atual [que vigora até novembro] gera problemas e perda de arrecadação. Há uma dificuldade grande de manter a tributação adequada. O contribuinte podia praticar preços mais baixos que o normal na hora de pedir enquadramento e depois voltava a cobrar mais. Um vinho de R$ 50 reais paga no máximo R$ 0,73. Vinho de R$ 1 mil também paga também R$ 0,73. O teto é muito baixo. Não tem sensibilidade ao preço e gera distorções que se busca corrigir”, declarou João Hamilton Rech, da Receita Federal.

Tributos sobre computadores também vão subir

Após dez anos de isenção, os computadores, smartphones, notebooks, tablets, modens e roteadores passarão a pagar alíquota cheia de PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) a partir de dezembro deste ano. Com isso, o governo acabou com o benefício que estava no Programa de Inclusão Digital, existente desde 2005.

A expectativa do governo é arrecadar R$ 6,7 bilhões a mais em 2016.

 

Fonte: Globo

Aprenda como harmonizar vinhos brancos

 

Que vinho acompanha um ceviche de robalo?

A gastronomia é um mundo fascinante, cheio de detalhes, de cores, de aromas e sabores. Cada prato tem vida própria e representa o estilo do autor, da pessoa que o elaborou. Sentar frente a um prato visualmente agradável, bem decorado, colorido, com agradáveis aromas e bom sabor é uns dos maiores prazeres de um grande número de pessoas no mundo.

Estas pessoas que adoram a gastronomia são as mesmas que adoram também o vinho.  Já tiveram a oportunidade de provar um prato gostoso, de qualidade, delicioso, mas sem a companhia de uma taça de vinho? Dá a impressão que algo está faltando. Acho que é a magia da cumplicidade entre dois produtos que se complementam sublimemente.

Sobre a harmonização em si, felizmente existe em forma natural e espontânea uma relação sensorial que faz com que o vinho harmonize com a comida, e a probabilidade de que esta seja totalmente inexistente é muito baixa.

Para conseguir ter sucesso na hora de harmonizar um prato com uma garrafa de vinho é só usar a lógica e o senso comum em relação a cada um dos detalhes. Cores, aromas e sabores, tanto do prato como também do vinho com o qual queremos que nos acompanhe.

Aprenda como harmonizar vinhos brancos

Aprenda como harmonizar vinhos brancos

Vinhos e Frutos do mar

Por exemplo: vamos comer um fruto do mar, o qual logicamente sempre tem que ser o mais fresco possível, tipo um peixe branco (ex.: robalo). O preparo será com ele cru (ceviche), onde coloquemos só limão para acrescentar ao sabor e ao frescor.

Neste caso, o correto é procurar um vinho que tenha as mesmas caraterísticas do prato, ou seja, se estamos falando de um produto do mar que tem que ser consumido o mais fresco possível também teremos que procurar um vinho que deva ser bebido o mais jovem possível.

Como este prato (ceviche) vai ter um sabor predominantemente levemente cítrico, por causa do limão, temos que procurar vinhos que tenham estas mesmas características. Então, o vinho correto vai ser um branco, o mais jovem possível, que tenha uma marcada acidez e que não tenha passado por madeira.

Serão muitas opções para harmonizar de maneira correta, independente da variedade da uva. Pode ser um Sauvingon Blanc, um Chenin Blanc, até um Torrontés, mas o importante é que tenha as caraterísticas destacadas anteriormente.

Ceviche de Robalo Winechef

Ceviche de Robalo Winechef

 

Château Mouton Rothschild revela rótulo para safra de 2012

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Château Mouton Rothschild revelou um novo rótulo “catalão” para a safra de 2012

A Château Mouton Rothschild revelou um novo rótulo para a safra de 2012 do seu grand vin. O desenho é do artista Miguel Barcelo e foi o último comissionado especialmente pela Baronesa Philippine de Rothschild, que morreu em agosto deste ano. O novo rótulo apresenta traços da cultura catalã, e segundo o artista, foi inspirado no próprio emblema da empresa Mouton.

O artista, Miguel Barcelo, nasceu em Majorca na Espanha e obteve grande destaque nas duas últimas décadas. Seus trabalhos já foram exibidos no Museu de Arte Moderna de Paris em 1996, e no Museu do Louvre em 2004. Em 2008, Barcelo foi responsável pela criação e pela pintura do teto do Palácio das Nações Unidas, em Geneva.

Grandes artistas já ilustraram os rótulos da Mouton, como Salvador Dali, Pablo Picasso e Andy Warhol. O último artista, antes de Barcelo, foi o francês Guy de Rougemont, para a safra de 2011.

Vinho Château Mouton Rothschild 2012

Vinho Château Mouton Rothschild 2012

 

 

 

 

Qual a principal diferença entre um Porto Vintage e um Porto Colheita?

Os conceitos são relativamente semelhantes nos fundamentos, já que ambos representam um ano agrícola em particular, sendo vinhos de uma só colheita.

Porém, enquanto os Vintage são obrigatoriamente engarrafados entre o segundo e o terceiro anos após vindima, os Colheita só poderão ser engarrafados depois de decorridos pelo menos sete anos após a data da vindima.

O que não impede que a maioria dos Porto Colheita seja engarrafada sensivelmente mais tarde, por vezes já com mais de 20 anos de estágio em madeira chegando, em alguns casos extremos, a ser engarrafado após um século de descanso em madeira.

Só para lembrar… o Vinho do Porto é um vinho natural e fortificado, produzido exclusivamente a partir de uvas tintas provenientes da Região Demarcada do Douro, no Norte de Portugal a cerca de 100 km a leste da cidade do Porto.

 

 Qual a principal diferença entre um Porto Vintage e um Porto Colheita?

Qual a principal diferença entre um Porto Vintage e um Porto Colheita?

 

O que é um Vinho Madeira?

O vinho da Madeira, ou simplesmente vinho Madeira, é um vinho fortificado, com elevado teor alcoólico, produzido nas encostas e adegas da Região Demarcada da Ilha da Madeira, sob condições endoplasmáticas excepcionais para o que concorrem fatores naturais e humanos. É o produto principal da economia da Região Autónoma da Madeira e um símbolo da Madeira em todo o mundo.

Depois de aberta uma garrafa, durante quanto tempo posso guardar um Vinho da Madeira?

Quase indefinidamente! O Vinho da Madeira é um dos vinhos mais longevo e mais resistente do mundo, capaz de viver durante mais de três séculos, como atestam as poucas garrafas que ainda subsistem de colheitas do século XVIII.

Depois de aberta, uma garrafa de Madeira poderá manter-se em condições exemplares durante mais de cinco anos, podendo sobreviver sem aflições durante mais de 20 anos.

O que é um Vinho Madeira

O que é um Vinho Madeira

 

Conheça as diferencias entre Vinho de mesa e vinho fino

Vinho de mesa e vinho fino não são meros termos vagos, usados indiscriminadamente por quem produz ou comercializa vinhos, mas, sim, nomenclaturas oficiais de fundamental importância para o amante do vinho.

Para entender a diferença entre vinho de mesa e vinho fino, é necessário saber um pouco sobre a planta produtora da uva. A videira pertence ao gênero Vitis, que possui mais de quarenta espécies, entre as quais a Vitis vinifera, que, por sua vez, conta com mais de cinco mil variedades, como as famosas Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay.

Existem ainda outras espécies, como a Vitis labrusca, Vitis rupestris, Vitis riparia e Vitis bourquina. Estas, chamadas de uvas de mesa (também conhecidas como uvas americanas), são mais adequadas para o consumo direto e para produção de sucos e uvas passas, mas também são capazes de produzir vinho, embora de qualidade inferior em relação aos produzidos com uvas Vitis vinifera (também chamadas de uvas finas). Disparidade causada pela sua diferença estrutural – a espécie Vitis vinifera é menor e tem casca mais grossa e densa.

Conheça as diferencias entre Vinho de mesa e vinho fino

Conheça as diferencias entre Vinho de mesa e vinho fino

ENTENDA O RÓTULO: Vinho de Mesa e “inho Fino

Sendo assim, os termos “Vinho de Mesa” e “Vinho Fino” têm o papel de distinguir essas bebidas em duas categorias” os feitos a partir de uvas da espécie Vitis vinifera e os feitos com outras espécies. Sem saber a diferença entre eles, o consumidor pode acabar adquirindo produtos, que não correspondem às suas expectativas.

Se num rótulo ou contrarrótulo de vinho constar a denominação “Vinho Fino”, quer dizer que a bebida é composta exclusivamente de uvas de melhor qualidade. E mesmo que venha escrito “Vinho de Mesa Fino”, a bebida será completamente elaborada a partir de uvas Vitis vinifera, ainda que conste a palavra “Mesa” no rótulo. Assim, vinhos em cujo rótulo consta apenas o termo “Vinho de Mesa” é que serão elaborados com uvas americanas.

POR QUE DIFERENCIAR?

Essa distinção tornou-se necessária no Brasil, já que o país, por fatores econômicos ou culturais, é um dos poucos que permite a produção de vinhos com uvas americanas.

Isso se dá, porque durante nossa colonização as cepas da espécie de Vitis vinifera tiveram dificuldades para serem cultivadas, causando a prevalência da cultura de uvas de outras espécies, principalmente as tintas americanas Isabel e Concord e a branca Niagara.

Conheça as diferencias entre Vinho de mesa e vinho fino

Conheça as diferencias entre Vinho de mesa e vinho fino

CARACTERÍSTICAS

O vinho produzido a partir das uvas americanas, ou de mesa, tem aromas rústicos e paladar muito intenso, mas caiu no gosto popular do brasileiro pelo simples hábito de ser tomado em quantidade e pelo preço mais barato, e não propriamente pelas suas qualidades.

Esse padrão cultural do brasileiro foi determinante para a criação de regras para distinguir os vinhos feitos a partir de uvas viníferas – fino – e os feitos a partir de uvas americanas – de mesa.

No que diz respeito à qualidade dos dois, aliás, a vantagem dos finos em relação aos de mesa é grande. Os primeiros são, em geral, límpidos e brilhantes, lembrando frutas, notas florais e uma infinidade de outras percepções (tanto no olfato quanto no paladar), enquanto os segundos costumam ser opacos, com aromas fortes e sabores simples.

Assim, antes de comprar sua garrafa de vinho, leia com atenção todas as informações do rótulo para se certificar de que você está escolhendo realmente o tipo de vinho que procura, lembrando-se sempre que no mundo do vinho experimentar é o caminho mais curto para descobrir o que se gosta. Tente algo novo, junte os amigos e descubra. A certeza é uma só, vai ser muito divertido e prazeroso.

 

Nova Zelândia aprova ato de Indicação Geográfica para seus vinhos

 

País tem mais visibilidade enquanto regiões vinícolas como Marlborough e Hawke’s Bay ganham proteção com indicação de procedência

Ministros da Nova Zelândia disseram nesta semana que colocariam em prática no país o ato da Indicação Geográfica para vinhos e bebidas espirituosas. Criada em 2006, a legislação ainda não tinha sido aplicada no país. A Indicação Geográfica garante que não haja a falsa indicação de procedência de um produto.

“O procedimento criará um sistema de registro para vinhos, com indicações geográficas, similar ao esquema de registro de marca”, disse o ministro do Comércio Tim Groser. Ele acredita que a ação facilitará aos consumidores associar a bebida com a Nova Zelândia, além de ajudar os exportadores a proteger suas indicações geográficas em mercados de outros países.

A exportação de vinhos na Nova Zelândia é a sexta atividade mais lucrativa do país. Em 2014, a arrecadação chegou a 1,37 bilhão de dólares neozelandeses e a projeção é de crescimento para 2 bilhões de dólares neozelandeses neste ano.

A ação foi bem vista pelos produtores de vinhos do país, pois equipara a indústria com meios de proteção contra as desapropriações das marcas dos vinhos, além de assegurar o acesso ao mercado em algumas regiões. Espera-se que o ato entre em vigor no fim de 2015.

Nova Zelândia aprova ato de Indicação Geográfica para seus vinhos

Nova Zelândia aprova ato de Indicação Geográfica para seus vinhos

 

Leilão de vinhos para vítimas do atentado na França bate recorde

O valor de uma garrafa de vinho leiloada pelo antigo Hospice de Beaune, na região de Borgonha, fundado em 1443 pelo então chanceler Nicolas Rolin para os pobres, atingiu cifras surpreendentes.

Trata-se de um Corton Renardes Grand Cru 2015, arrematado por 480 mil euros, o equivalente a mais de R$1 milhão de reais.

A compradora, de origem francesa, não quis ser identificada – de acordo com a diretora geral da Christie’s, Aline Sylla-Walbaum.

Leilão de vinhos para vítimas do atentado na França bate recorde

Leilão de vinhos para vítimas do atentado na França bate recorde

Parte do valor da venda será revertida para as vítimas dos atentados em Paris, na França, ocorridos na última sexta-feira, dia 13 de novembro.

O recorde anterior da chamada “peça de caridade” – venda cujo benefício vai para obras beneficentes – era de 400 mil euros, em 2010.

Este ano, além das associações já previstas, o Instituto Curie contra o câncer, e a Fundação para pesquisas sobre acidentes vasculares cerebrais, os organizadores do tradicional leilão decidiram reverter parte do lucro para as vítimas dos atentados terroristas.

O evento, que reúne compradores do mundo inteiro, teve início após os presentes respeitarem um minuto de silêncio. Logo em seguida, foi entoado o hino francês, a Marselhesa.

 

 

Fonte: Revista Gosto

Cinco coisas que você não sabia sobre o vinho branco

 

Dúvidas que você sempre quis esclarecer, mas teve vergonha de perguntar

 

O vinho branco pode ser produzido com uvas do vinho tinto 

Sim, também se produz vinho branco com uvas tintas. O pigmento está presente na casca da uva e o tempo que o mosto permanece em contato com ela é que determina a intensidade da cor. No caso dos brancos não existe este contato. Um exemplo clássico são os espumantes produzidos com as uvas de vinho tinto pinot noir e pinot meunier.

 

 A uva branca mais famosa do mundo é a chardonnay

Ela produz vinhos mais encorpados, seu sabor varia do mais delicado e mineral, como os rótulos produzidos em Chablis, na França, até a sabores mais fortes, como fabricados na Califórnia, EUA.

 

O vinho branco possui vários estilos

Doce, seco, ultradoce, meio seco, dependendo da uva e da região, as possibilidades entre os vinhos brancos são inúmeras.

 

Um dos vinhos mais cobiçados do mundo é branco

A famosa vinícola francesa Château d’Yquem produz Sauternes (vinhos brancos de sobremesa), que são considerados um dos melhores vinhos doces do mundo.

 

Existem uvas brancas pouco conhecidas

Furmint e Hárslevelu são utilizadas na Hungria para a produção do nobre vinho doce Tokaji. Loureiro é utilizada na produção dos vinhos verdes portugueses. Apesar do nome, são brancos, jovens, com bastante frescor e levemente frisante. Garganega é a italiana mais famosa do Vêneto.

A uva branca mais famosa do mundo é a Chardonnay

A uva branca mais famosa do mundo é a Chardonnay

 

 

Palestinos mantêm vinícola ‘de resistência’ em meio ao conflito

Em um vale entre Belém e Jerusalém, palestinos estão usando uvas nativas para produzir vinhos finos no local que já abrigou uma igreja. E depois de décadas focando as vendas locais, a vinícola e monastério Cremisan tem oferecido aos visitantes uma experiência única, que combina vinho e história, destacando um alcance pacífico entre a agitação local.

Monges italianos começaram e fazer vinho na Cremisan em 1885, e evidências arqueológicas mostram que a bebida já era produzida na região milhares de anos atrás. O monastério atual foi construído no terreno de uma igreja bizantina do século 7o.

Por mais de um século, a Cremisan oferecia, sem alarde, vinhos de preços modestos a cristãos e judeus da região. Mas as vendas caíram depois das insurreições palestinas em 2000, a repressão israelense e a doença do monge que por décadas esteve no comando da produção da bebida. Por um tempo, o futuro da vinícola pareceu em xeque.

Palestinos mantêm vinícola 'de resistência' em meio ao conflito

Palestinos mantêm vinícola ‘de resistência’ em meio ao conflito

Cerca de dez anos atrás, “havia muitos problemas, certamente”, diz Della Shenton, responsável pela distribuição do Cremisan no Reino Unido. Mas as coisas começaram a melhorar em 2008, quando Riccardo Cotarella, um dos mais respeitados enólogos italianos fez um compromisso de longo prazo para ajudar a marca.

Cotarella focou nas únicas uvas locais –as brancas hamdani e jandali– no lugar da chardonnay, e no vinho tinto feito com a baladi asmar, não merlot.

“Agora vemos uma diferença tremenda”, diz Shenton. “Vemos uma enorme melhora na qualidade”. No ano passado, o famoso restaurante londrino Ottolenghi –cujos donos são israelenses e palestinos– escolheu o Star of Bethlehem da Cremisan, feito com um blend de hamdani e jandali, como seu vinho do mês. O mesmo rótulo rendeu elogios de Jancis Robinson, autor de “The Oxford Companion to Wine”.

Em uma tarde no meio de setembro, um ônibus turístico com visitantes ingleses chegou à Cremisan, e alguns noruegueses chegaram de táxi. Todos foram recebidos por três cristãos palestinos que trabalham para preservar a histórica cultura vinícola, que emprega muitos locais.

Um dos visitantes ingleses ficou impressionado. “É suave e seco, um vinho de qualidade, surpreendentemente bom”, disse Andrew Strachan.

Palestinos mantêm vinícola 'de resistência' em meio ao conflito

Palestinos mantêm vinícola ‘de resistência’ em meio ao conflito

Uma chave do plano de longo prazo da Cremisan foi produzir pensando em palestinos. O enólogo Laith Kokaly, 29, da comunidade vizinha de Beit Jala, diz que seu avô fazia vinho em casa, e que muitos cristãos locais têm uma herança similar.

Fadi Batarseh, 24, de Jerusalém oriental, é um dos especialistas da Cremisan, e outro jovem de Belém tem ajudado com o marketing. Kokaly e Batarseh passaram, cada um, três anos na Itália estudando a produção de vinhos com o apoio de Cotarella.

Quem visita a Cremisan também observa como a região era em tempos antigos. Terraços de pedra, vinhedos e oliveiras com centenas de anos revestem as colinas, e um dos jardins exibe prensas para azeite e vinho encontradas próximo dali.

A vinícola também desconstrói alguns preconceitos sobre o Oriente Médio. Palestinos cristãos e muçulmanos trabalham juntos nos vinhedos, e assim o fizeram por décadas, e o funcionário mais antigo do local é muçulmano (ele não bebe). Os lucros da empresa ajudam a financiar programas para órfãos e jovens da região.

Mas a política da região também teve efeitos. Grupos de igrejas de todo mundo se opuseram a um plano de Israel de expandir uma barreira ao longo do vale, dizendo que isso forçaria a retirada de 58 famílias das terras ancestrais de suas famílias.

Depois de anos de disputa, o caso foi levado à Suprema Corte israelense, e a construção do muro foi iniciada em agosto. Israel diz que ele é necessário por motivos de segurança.

Os trabalhadores da vinícola buscam uma solução pacífica. A empresa tem agora um distribuidor nos EUA pela primeira vez, uma loja de lembranças e uma nova página no Facebook.