Erros imperdoáveis na arte de beber vinho

Beber vinho é um prazer muito saudável. Mas quem está começando a se aprofundar ou até mesmo para fãs antigos da bebida pode, eventualmente, surge alguma dúvida de como fazer para obter o melhor do sabor, aromas e sensações da bebida.

Servir o vinho com temperatura inadequada, usar taças inapropriadas ou tomá-lo com alimentos que não combinam são erros cometidos com frequência. O diário espanhol El País consultou três especialistas europeus para tirar todas as nossas dúvidas e nós contamos tudo para você. Confira:

Erro nº 1: Sempre abro a garrafa de vinho meia hora antes

Não estará fazendo nenhum mal ao conteúdo, mas tampouco vai trazer benefícios. Se você suspeitar que o vinho precisa ser aberto, remova a rolha com várias horas de antecedência, ou faça uma decantação ou aeração (uma decantação vigorosa). “A porcentagem de oxigênio que influencia a capacidade dessa garrafa de 750 ml é muito reduzida”, diz o sommelier Iván Martínez. “Se queremos oxigenar o vinho porque está fechado, por ser um amadurecido que precisa respirar, ou de certas variedades de uva que precisam de mais oxigênio, faz mais sentido fazer uma aeração ou decantá-lo. Fazendo apenas isso vamos evitar ter de abri-lo uma hora antes ou duas. Isso vai ter algum efeito, mas muito pouco; terá mais efeito, se realmente precisar, aerá-lo ou decantá-lo”, diz Martínez.

Erro nº 2: Encho completamente a taça de vinho

Somos esplêndidos! Que não falte nada aos nossos convidados: além de empanturrar seus pratos, enchemos suas taças até transbordar… E, mesmo com boas intenções, estamos dando uma má impressão. O sommelier Martínez, Nariz de Ouro 2014, recomenda enchê-las “sempre menos da metade. Por muitas razões: porque o vinho esquenta muito; porque se você enche completamente não pode mexer a taça para destacar o vinho… Vamos diminuir [a intensidade do] vinho. Além disso, na hora de tomá-lo, é possível dosá-lo melhor e não enche tanto a boca. Para mim, parece um pouco ofensivo quando colocam muita quantidade”.

Encho completamente a taça de vinho

Encho completamente a taça de vinho

Erro nº 3: Servi-lo no copo

Pode ser que beber água em uma taça Bordeaux seja muito chique; fazer o contrário — tomar vinho em um copo de água —denota inexperiência. Se utilizar um copo normal ou um do tipo achatado, estará perdendo grandes coisas. “Uma taça de vinho com certa altura e com um balão que tenha um diâmetro é vital para que, ao mexer o vinho, ele se oxigene e todos seus aromas possam ser volatilizados”, aconselha Martínez. A haste da taça permite segurá-la sem ter que colocar os dedos na altura do vinho, aquecendo-o. Guillermo Cruz, do Mugaritz, concorda: “Em uma taça, o vinho sempre cresce. Mas, no fundo, o importante é consumi-lo, que seja algo de todos os dias, porque é parte da nossa cultura; o resto é secundário.

Erro nº 4: Um vinho mais caro é sempre melhor

A afirmação é desmentida por Alicia Estrada, autora do livro Os 100 Melhores Vinhos Por Menos de R$30: “Há vinhos caros excepcionais, e vinhos por menos de 10 euros (40 reais) também excepcionais. Muitas pessoas me dizem que provaram um caro e se decepcionaram. E era excepcional. Acho que temos de comprar os vinhos que podemos e sabemos desfrutar. Os caros às vezes são difíceis, fechados, precisam de uma certa preparação sensorial, um certo conhecimento, uma experiência…” A especialista também aponta que o conceito de “melhor” é relativo: “O vinho é uma bebida de momentos. Não é o mesmo aquele do domingo, o da paella que você toma com a família, e o de uma noite romântica, o que alguém toma com clientes em um jantar de trabalho”.

m vinho mais caro é sempre melhor

m vinho mais caro é sempre melhor

Erro nº 5: Um vinho reserva é sempre melhor do que um vinho jovem

“Depende”, diz Alicia Estrada. “No caso de um reserva, a única coisa que diz é que passou muitosmeses em barril, e, portanto, terá maiores condições de durabilidade. Você pode guardá-lo por mais tempo. Não é uma garantia de qualidade.” O barril fornece sabores e aromas, o que os vinhos jovens não possuem, mas muitos deles oferecem, em troca, frutosidade, frescor e um toque mais moderno. Se o processo de maceração carbônica é aplicado, podem ganhar na intensidade de sabor e de cor.

Erro nº 6: Se meu vinho está quente, jogo um cubo de gelo!

Já vimos isso, especialmente nos brancos e rosé; sacrilégio apenas comparável à atrocidade de misturar um reserva com refrigerante de cola. “É uma pena, porque ao jogar gelo estamos misturando vinho com água”, diz Guillermo Cruz, eleito Melhor Sommelier da Espanha 2014. “É preciso pensar que, por trás de cada garrafa, existe um trabalho maravilhoso, uma filosofia, alguém que está todo ano esperando essa safra para que, no final, sua emoção se transforme em uma garrafa. É quase preferível manter o vinho na geladeira por mais cinco minutos do que acrescentar um cubo de gelo. Perde-se o equilíbrio do vinho.”

Se meu vinho está quente, jogo um cubo de gelo

Se meu vinho está quente, jogo um cubo de gelo

 

Cotinua…

Fonte: Revista Sabores do Sul

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