Promoção mundial da cortiça arranca na China

O mercado chinês marcou o arranque do InterCork III da Associação Portuguesa da Cortiça – APCOR, com o investimento de €600 mil em ações de promoção e divulgação das rolhas e seus benefícios num mercado-alvo tanto ao nível do consumo, como da importação e produção de vinho.

Com consumidores cada vez mais informados e exigentes, o mercado chinês, ainda, é o 5º maior consumidor de vinho a nível mundial, com uma média de 1,2 litros per capita, e o 4º maior importador de vinhos engarrafados do mundo – num total de €2 biliões.

Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), a China é o 2º país com a maior área de vinha do mundo, contabilizando 830 mil hectares, posicionando-se atrás da Espanha e à frente da França, sendo já o 9º produtor mundial de vinho, situando-se nos 11,1 milhões de hectolitros.

“A China funciona como mercado influenciador e, neste sentido, queremos que conheçam as nossas propriedades e vantagens. O mercado Australiano, por exemplo, tem voltado as atenções para a cortiça pela influência da clara preferência dos chineses pelas nossas rolhas, visto que, segundo o CRT Market Research, 84% dos consumidores preferem comprar vinhos vedados com cortiça”, afirma João Rui Ferreira, presidente da APCOR.

Promoção mundial da cortiça arranca na China

Promoção mundial da cortiça arranca na China

A primeira iniciativa do InterCork III nesse mercado contou com um stand no Wal-Mart, a maior cadeia de supermercados do mundo, em Beijing, e em apenas dois dias recebeu a participação de mais de 600 pessoas, que foram presenteadas com rolhas e bases de cortiça com o Galo de Barcelos impresso, visto que a China acaba de entrar no ano do Galo.

Para além desta iniciativa, e sendo que a ação não se dirige só aos consumidores, mas também aos líderes de opinião, as ações previstas passarão também por formações com wine educators, o incremento das plataformas digitais (que contam já com mais de 22 mil seguidores), programas de reciclagem, participação em feiras, parcerias com o retalho e, ainda, visitas a Portugal.

A promoção do mercado chinês teve início em 2011, com o primeiro InterCork, e, até ao momento já tinha sido investido €730 mil, aos quais se junta agora o montante de €600 mil para o reforço da divulgação da cortiça.

“Para além do mercado do vinho, sabemos que tanto a China, como todo o mercado sudoeste asiático e médio-oriente, são as regiões do mundo onde as economias mais crescem e a cortiça, quer na área da construção, quer nas outras aplicações tem um enorme potencial de ampliação”, reconhece João Rui Ferreira.

Recorde-se que o InterCork III é um programa de promoção internacional da cortiça que, num investimento de 7,8 milhões de euros, pretende reforçar a preponderância da cortiça em 10 mercados – EUA, França, Alemanha, Itália, China, Brasil, Espanha, Suécia, Dinamarca e Reino Unido – com campanhas segmentadas para cada público. O programa InterCork é financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

 

Diageo lança novo Whiskey Irlandês Roe & Co com investimento de 25M€

A distribuidora de bebidas espirituosas Diageo acaba de anunciar o lançamento de um novo Blended Irish Whiskey premium, o Roe & Co.

Esta evolução para os whiskeys Irlandeses premium é anunciada com um investimento de 25 milhões de euros numa destilaria em St. Jame’s Gate, uma zona histórica de Dublin, Irlanda, conhecida por ser o triângulo de ouro das destilarias de whiskey.

Roe & Co é feito a partir de uma mistura dos melhores whiskeys Irlandeses de malte e whiskeys de grão, e envelhecido em barris de bourbon. Tem a suavidade característica dos whiskeys Irlandeses e uma “extraordinária complexidade de sabor – uma mistura suave e luxuosa, com uma perfeita harmonia entre o intenso sabor frutado do malte e a cremosidade característica dos whiskies de grão”.

Este novo destilado recebeu o seu nome em honra a George Roe, um destilador mundialmente famoso que ajudou a construir a Era Dourada dos whiskeys Irlandeses no século XIX. A sua destilaria, George Roe and Co, com cerca de 4000 m2, estava localizada em Thomas Street, em Dublin e foi em tempos a maior exportadora de whiskey na Irlanda.

Diageo lança novo Whiskey Irlandês Roe & Co com investimento de 25M€

Diageo lança novo Whiskey Irlandês Roe & Co com investimento de 25M€

Vizinhas durante séculos, a George Roe and Co e a Guinness eram os dois maiores nomes da zona histórica de produção de cerveja e de destilaria, situada no coração de Dublin. Agora, a Diageo revive a história e continua este legado convertendo a Guinness Power House em Thomas Street na sua nova destilaria. A nova destilaria de St. James’s Gate ficará situada muito perto do local onde esteve em tempos a George Roe & Co e, após aprovação, começará a ser construída na primeira metade do ano de 2019.

 

Vinho Tinto Lealtanza Gran Reserva, 2001

Um tinto da Rioja que apesar de sua idade ainda entrega muito prazer e sem sinais de oxidação

País Espanha
Propriedade da Vinícola 200 Hectares
Volume 750ml
Tipo Tinto
Safra 2001
Uva 100% Tempranillo
Teor Alcoólico 13,5%
Região D.O Rioja
Amadurecimento 24 meses em barricas novas de roble francês.

 

Vinho Tinto Lealtanza Gran Reserva, 2001 2

 

Visual Vermelho rubi intenso com reflexos romã.
Olfativo Envolvente expressão olfativa, com a presença de aromas terciarios produto do passar dos anos. A notas a caixa de charuto e minerais, cerejas em licor, algumas nuanças de especiarias e muita complexidade. Logo de alguns minutos de oxigenação do vinho na taça, os aromas ficam ainda mais interessantes e sedutores.
Gustativo Na boca está bem balanceado, com destaque para o cativante frescor que sublinha a fruta intensa com excelente estrutura gustativa. Os taninos são muito macios, integrando frescor e apesar de sua idade ainda entrega muito prazer e sem sinais de oxidação.
Dica de Harmonização Medalhão de mignon grelhado em molho de quatro queijos, pimenta e vinho branco, gratinado e servido sobre crepes de champignon.
Risoto de camarão com aspargos verdes e shitake.
Codorna selvagem recheada ao molho de especiarias.
Galinha d’Angola ao forno, arroz basmati ao molho do assado e especiarias.
Ensopado de faisão com polenta branca trufada.
Vieira com molho de espinafre.
Medalhões de dourado grelhados e regados com manteiga de amêndoas crocantes.
Filé de salmão grelhado com legumes salteados no azeite de alcaparras.
Carré de cabrito em crosta de ervas.
Truta salmonada com pinhão e risoto de oito cogumelos.
Temperatura de Serviço 16º
Potencial de Guarda 20 anos
Nome da Vinícola Bodegas Altanza
Ano de Fundação da Vinícola 1998
Enólogo Responsável Carlos Ferreiro
Pontuação WineChef

Winechef 92 Pontos - Vinho Tinto Lealtanza Gran Reserva, 2001

Winechef 92 Pontos – Vinho Tinto Lealtanza Gran Reserva, 2001

 

As uvas dos vinhos das Alsácia

Na Alsácia, as uvas autorizadas são:

Riesling: casta mais cultivada na região, em alguns casos é seco, em outros, nem tanto. Quando jovens, geralmente apresentam notas florais, de frutas brancas e cítricas. Com a idade, ganham complexidade, mostrando notas frutadas, minerais e acidez vibrante. Sem dúvida, esta cepa é capaz de produzir alguns dos melhores brancos do mundo.

Gewürztraminer: por sua menor acidez e, em geral, maior grau alcoólico, costuma passar uma maior sensação de doçura. Produz vinhos com notas especiadas e de frutas tropicais e cítricas mais maduras. É uma das variedades mais utilizadas nos Colheita Tardia.

Pinot Gris: conhecida também como Tokay-Pinot Gris ou Tokay d’Alsace. Alia o lado especiado da Gewürztraminer com a intensa acidez presente na Riesling, produzindo vinhos com notas defumadas, amanteigadas e de frutas de caroço, geralmente com boa capacidade de envelhecimento.

Muscat: duas variedades de Muscat são encontradas na Alsácia, a Blanc à Petit Grains e a Ottonel. Elas produzem vinhos de estilo mais seco, bastante frutados, aromáticos e de acidez moderada.

Sylvaner: difícil de produzir, quando dá bons resultados evidencia aromas mais sutis, lembrando flores, boa estrutura e acidez vibrante.

Pinot Blanc: tradicionalmente utilizada para a produção de Crémant d’Alsace também pode produzir vinhos tranquilos com boa acidez e muito gostosos de beber, apesar de ter aromas mais tímidos.

Pinot Noir: em geral, produz vinhos mais frescos, gostosos de beber, com boa acidez e exuberantes notas de frutas vermelhas, como morangos e framboesas. Ano após ano, alguns poucos produtores têm tido êxito em produzir vinhos mais complexos e estruturados e com boa capacidade de envelhecimento.

Auxerrois: apesar de pouco elaborado, um vinho varietal dessa uva mostra acidez moderada, notas especiadas e corpo mais leve.

Chasselas: quando utilizada como varietal apresenta corpo leve, acidez equilibrada e notas de frutas cítricas tanto no nariz quanto na boca.

Klevener de Heiligenstein: é o nome local para a uva Savagnin Rose, do Jura, cultivada somente em Heiligenstein e mais cinco comunas vizinhas. Produz vinhos levemente especiados e de sabores amanteigados.

As uvas dos vinhos das Alsácia

As uvas dos vinhos das Alsácia

 

Receita: Bacalhau ao creme

Ingredientes Bacalhau ao creme

200g de bacalhau em posta dessalgado
1 tomate
1 cebola
50g de batata bolinha cozida
3 dentes de alho
80g de brócolis cozido
200 ml de creme de leite fresco
50 ml de vinho branco seco
50 ml de azeite de oliva extra virgem
Pimenta do reino preta
Sal
Salsa picada

 

Receita: Bacalhau ao creme

Receita: Bacalhau ao creme

 

Preparo Bacalhau ao creme

 

Pique metade da cebola e os dentes de alho e reserve.

Corte o restante da cebola e o tomate em rodelas de um dedo de espessura e reserve.

Em uma frigideira, coloque um fio de azeite e refogue a cebola e o alho picado e em seguida adicione o vinho branco. Deixe reduzir até metade de seu volume. Adicione o creme de leite fresco, tempere com um pouco de sal e de pimenta preta e deixe cozinhar por 10 minutos. Reserve.

Doure o lombo de bacalhau com um fio de azeite em uma chapa ou frigideira antiaderente.  Adicione a cebola e o tomate em rodela, o brócolis e a batata bolinha cozidos para que dourem junto com o peixe.

Em uma assadeira, despeje o molho da panela e sobre ele coloque o bacalhau de maneira que fique metade imerso. Regue com azeite e leve ao forno à 180ºC por aproximadamente 10 minutos.

Para a montagem do prato, o chef sugere que salpique um pouco de salsa sobre o bacalhau e regue o peixe com azeite extravirgem.

 

Catástrofe nacional, incêndio atinge vinhedos centenários no Chile

De acordo com a associação Wines of Chile, já são 94 hectares de vinhedos afetados

O Chile vive um dos piores incêndios de sua história. De acordo com a associação Wines of Chile já são 94 hectares de vitis vinifera afetados (no total, são 141 mil em todo o Chile), pertencentes principalmente a  pequenos produtores em áreas próximas a colinas e florestas.

Vários dos vinhedos atingidos são formados por vinhas centenárias, o que torna as perdas irreparáveis. Em 20 de janeiro, a presidente Michelle Bachelet decretou estado de catástrofe e afirmou que este é o pior incêndio florestal vivido na história do país.

 

Veja as informações de grupos como a Rotas do Vinho de diferentes vales, Associações de Produtores, Movi, Vigno e do Wines of Chile sobre a situação das principais regiões vitivinícolas chilenas:

 

  • Casablanca: ainda em alerta em relação ao incêndio em Curacaví, mas sem vinícolas afetadas;
  • Maipo: 10 hectares de vinhedos foram queimados na área de Pirque, incêndios subsequentes não foram detectados;
  • Cachapoal: nenhum incidente ou alerta até o momento;
  • Colchagua: as áreas mais afetadas são as de Peralillo e Marchigue, onde há 7 hectares de vinhedos afetados;
  • Curicó: nenhum problema ou alerta relatado;
  • Maule: a área da Costa do Maule é a mais afetada. Até agora, foram identificados 75 hectares queimados, incluindo antigos vinhedos de Pais e Carignan. Esta investigação segue em processo, já que a área ainda está na contingência total;
  • Itata e Bío Bío: possibilidade de novos incêndios que podem afetar pequenos produtores, mas ainda não há informações oficiais.
Vinhedo queimado na região do Maule. FOTO Nicolas MartinezReuters

Vinhedo queimado na região do Maule. FOTO Nicolas Martinez – Reuters

 

Vinho Nederburg Manor House Syrah, 2009

País África do Sul
Volume 750ml
Tipo Tinto
Safra 2009
Uva 100% Shiraz
Teor Alcoólico 14,5
Tipo de Uva Tinta Syrah
Amadurecimento 12 a 14 meses em barricas de carvalho
Vinho Nederburg Manor House Syrah, 2009

Vinho Nederburg Manor House Syrah, 2009

 

Visual Vermelho Rubi com tons alaranjados
Olfativo Apresenta claras siais da evolução, muito complexos, especiarias, confeituras e algo de casis, e tabasco, sendo a grande parte desses aromas resultados da evolução do vinho na garrafa. Seus laque olfativo e de altíssima qualidade, e o bouquet tem uma grande fineza.
Gustativo Um alto nível também no paladar. Enche a boca de sabores, tem muita força e muito volumem e os taninos já estão absolutamente sedosos. É um vinho que possivelmente vai continuar melhorando na garrafa, mas que já está delicioso e harmônico, cativante e sedutor. Consegue misturar o estilo generoso e maduro dos vinhos do novo mundo, mas com uma pisca de sobriedade e elegância, lembrando também aos bons vinhos do Velo Mundo.
Dica de Harmonização Pernil de cordeiro com molho de hortelã e batata-doce.
Cabrito assado no forno ao molho de groselhas negras
Tournedos com cogumelos gratinados.
Temperatura de Serviço 16 graus
Potencial de Guarda 7 anos
Nome da Vinícola Nederburg
Enólogo Responsável Wilhelm Pienaar
Pontuação Winechef

Vinho Nederburg Manor House Syrah, 2009 - 91 pontos Winechef

Vinho Nederburg Manor House Syrah, 2009 – 91 pontos Winechef

 

EUA vencem final do Bocuse D’Or; Brasil fica em 15º

Pela primeira vez em 30 anos de história da competição mundial, um país das Américas alcança o pódio; entre brasileiros, melhor posição foi o 10º lugar, em 1997

Um cozinheiro dos Estados Unidos, Mathew Peters, foi eleito nesta quarta-feira (25) o campeão da competição mundial Bocuse D’Or, criada em 1987 na França pelo lendário chef Paul Bocuse. Realizada a cada dois anos, é conhecida como a Copa da gastronomia. Além de levar para casa o prêmio de 20 mil euros, Mathew conseguiu o feito de ser o primeiro representante das Américas a alcançar alguma das três posições do pódio.

Até hoje, o pódio sempre fora dominado por europeus (dois países asiáticos já ficaram em segundo e terceiro lugares). A França é a recordista do topo do pódio, sete vezes campeã, seguida da Noruega, pentacampeã. Neste ano, a Noruega ficou com o segundo lugar (prêmio de 15 mil euros) e a Islândia, com o terceiro (10 mil euros).

EUA vencem final do Bocuse D’Or; Brasil fica em 15º

EUA vencem final do Bocuse D’Or; Brasil fica em 15º

O Brasil, que foi à final em Lyon dez vezes, mandou neste ano pela primeira vez uma mulher para representá-lo, a alagoana Giovanna Grossi, de 25 anos. A cozinheira, que treinou sem parar desde agosto do ano passado, foi a Lyon sem patrocínio e terminou em 15º lugar.

Após apresentar seus pratos em 5h35 de prova nesta quarta-feira, mas antes de conhecer o resultado final, Giovanna disse que estava satisfeita por ter executado aquilo para o qual foi treinada. “Fiquei satisfeita, sinto meu dever cumprido, independentemente da posição que eu ficar. Tudo saiu como planejado nos testes.” Logo depois do resultado final, ela comentou que “esperava mais” que a 15ª posição. “Mesmo assim, eu não teria como fazer mais. Fizemos o nosso melhor. Não deu nada errado.”

Pódio com os vencedores da final do Bocuse D'Or, nesta quarta-feira (25), em Lyon Foto Reprodução Instagram@bocusedor

Pódio com os vencedores da final do Bocuse D’Or, nesta quarta-feira (25), em Lyon Foto Reprodução Instagram@bocusedor

O Bocuse D’Or, que em Lyon contou com competidores de 24 países, é realizada mundialmente dentro da feira de negócios Sirha. A melhor colocação do Brasil no prestigiado concurso foi a 10ª posição, em 1997, com o piauiense Naim dos Santos. Por aqui, a feira, que foi transferida do Rio para São Paulo e abrigará a final brasileira do Bocuse D’Or neste ano, ocorrerá em novembro.

Pratos. Na competição, são sempre apresentados dois pratos, um de carne e um de peixe, servidos a 12 jurados – o presidente de honra do júri neste ano foi o francês Jöel Robuchon. Mas neste ano o Bocuse D’Or inovou e anunciou, em novembro, que no lugar do peixe o prato deveria ser inteiramente vegetariano.

A brasileira Giovanna Grossi, 25 anos, no seu box do Bocuse D'Or nesta quarta-feira Foto Marcela TerraDivulgação

A brasileira Giovanna Grossi, 25 anos, no seu box do Bocuse D’Or nesta quarta-feira Foto Marcela TerraDivulgação

Como opção sem carne, Giovanna apresentou um prato com mandioquinha confitada e musseline de purê de jiló assado, além de compota de maçã e beterraba, cogumelos e bombom de leite de coco com creme abóbora. Já o de carne (com o uso obrigatório de galinha de Bresse) incluiu lagosta, foie gras, castanhas brasileiras e tuille de tapioca, entre outros detalhes.

Para chegar à final em Lyon, Giovanna Grossi primeiro teve de ganhar a competição em âmbito nacional, em 2015, dentro do Sirha do Rio, e depois no México, em fevereiro do ano passado. Na final latina, os três países do pódio seriam classificados para a final mundial, e ainda assim Giovanna ficou em primeiro lugar. Chamou a atenção para o seu trabalho mesmo sem ter contado com um centavo de patrocínio.

Em 2016, após vencer na Cidade do México, Giovanna passou dois meses estagiando em cinco restaurantes estrelados na França, com o intermédio do francês Laurent Suaudeau, para se preparar para a final. Ex-pupilo de Paul Bocuse, que por conta da idade avançada e dificuldades de locomoção não vai à premiação desde 2013, Laurent sempre representou o concurso no País e segue como chef da delegação brasileira.

Na volta da Europa, Giovanna se enfurnou na Escola Laurent, em São Paulo, para a criação das receitas e o treino, que vem sendo feito pelo menos desde setembro do ano passado. Sem ganhar nenhum incentivo nem do governo nem de empresas privadas, Giovanna estima ter gastado pelo menos R$ 500 mil com os gastos. Para arrecadar alguma ajuda, chegou a fazer jantares pelo Brasil e criou conta de financiamento coletivo, com a qual arrecadou até esta semana R$ 12.259.

Bandeja com receita de carne de Giovanna Grossi, que depois é montado em pratos Foto Reprodução Instagram@bocusedor

Bandeja com receita de carne de Giovanna Grossi, que depois é montado em pratos Foto Reprodução Instagram@bocusedor

Outros brasileiros. Na última segunda-feira (23), a competição que tomou conta do Sirha foi a Coupe du Monde de la Pâtisserie, em que o Brasil foi representado por Abner Ivan, especialista em chocolates, Marcone Calazans, em açúcar, e Fernando Oliveira, responsável pela escultura de gelo. Todos foram treinados pelo chef Ramiro Bertassin, que já participou três vezes da final em Lyon.

A equipe brasileira terminou em 21º lugar. Em primeiro lugar ficou a França, em segundo, o Japão e em terceiro, a Suíça.

Entre os estandes do Sirha, do lado de fora do espaço do Bocuse D’Or, o Brasil também esteve representado por 14 pequenos produtores. Num espaço sob a curadoria do Sebrae, havia marcas brasileiras de cachaça, café, chocolate, castanha-de-caju e bottarga, alguns podendo ser degustados no local.

Torcida brasileira durante a apresentação de Giovanna no Bocuse D'Or Foto Marcela TerraDivulgação

Torcida brasileira durante a apresentação de Giovanna no Bocuse D’Or Foto Marcela TerraDivulgação

Entre as representantes estavam, por exemplo, o chocolate capixaba Espírito Cacau, a cachaça Tabúa e cafés oriundos da Alta Mogiana e da Mantiqueira mineira. Segundo o Sebrae, a presidente do Sirha, a francesa Marie-Odile Fondeur, indicou produtos que gostaria de ver na feira, e a curadoria foi finalizada pelo Sebrae de acordo com a qualidade dos produtos.

 

Fonte: Estadão

Novo presidente da Associação Brasileira de Enologia comenta o mercado de vinhos nacionais

Confira a entrevista com Edegar Scortegagna

Edegar Scortegagna, enólogo da Luiz Argenta Vinhos Finos, assume em 2017 o cargo de presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE). Abaixo ele fala sobre o vinho brasileiro.

Qual o maior desafio do vinho brasileiro hoje? A concorrência dos importados? 

Não vejo outros países como concorrentes. O consumidor não é fiel, e nem deve ser, ele gosta de provar diferentes vinhos. Então acredito que o maior desafio é fazer o consumidor conhecer mais os produtos brasileiros, criar cursos de degustação, falar cada vez mais sobre nossos rótulos.

Acha que a aceitação do público melhorou? O preço atrapalha?

A aceitação do público melhorou muito, principalmente nos últimos dois anos. Mas ainda precisamos de um voto de confiança, que acreditem no vinho brasileiro e que brindem com ele para ajudar os produtores nacionais e a economia. O problema maior sobre os preços do vinho brasileiro são os impostos. Além disso, também dependemos dos insumos importados, com alta carga tributária. Outro ponto é que cada estado tem sua tributação, o que faz com que o mesmo vinho tenha preços distintos em diferentes lugares.

Novo presidente da Associação Brasileira de Enologia comenta o mercado de vinhos nacionais

Novo presidente da Associação Brasileira de Enologia comenta o mercado de vinhos nacionais

 

Você é de uma geração de enólogos que atuou no exterior antes de trabalhar no País. Que influências trouxe de lá?

A Europa produz vinhos há milhares de anos e ensina enologia há mais de cem anos. Tenho certeza de que estudar outras realidades, conhecer novos terroirs, só faz crescer a cultura dos vinhos. Não estou dizendo que os vinhos de outros países são melhores ou piores do que os nossos, mas o fato de conhecer outras realidades e saber adaptá-las à nossa pode fazer a diferença.

 

Fonte: Estadão

Vinhos da Alsacia; O terroir, denominações e classificações

Os vitivinicultores da Alsácia são apaixonados por produzir vinhos que reflitam o seu terroir

O clima bastante ensolarado e seco inibe naturalmente a incidência de doenças nos vinhedos, possibilitando que os conceitos de vinhas orgânicas e biodinâmicas possam ser amplamente explorados.

Essa tendência a produzir vinhos que ressaltem os sabores e aromas das uvas é refletida no fato de que a maior parte dos rótulos é vinificado e armazenado em recipientes inertes, e raramente se usa madeira nova. Tanto grandes quanto pequenos viticultores costumam usar os tradicionais foudres, grandes barris de carvalho que, por seu enorme tamanho, são praticamente montados dentro das vinícolas. Os foudres, por vezes, chegam a ter mais de 100 anos. Devido ao tempo, o interior desses grandes barris acaba sendo revestido por tartaratos, que se depositaram ao longo dos anos e que formam uma espécie de película vitrificada, inibindo que sabores e aromas da madeira passem para o vinho. Em algumas vinícolas encontram-se, também, tanques de inox.

Ainda buscando manter o frescor, os vinhos alsacianos normalmente são engarrafados dentro de um ano após a colheita. Nessa época, a maioria deles está pronta para ser consumida, podendo, entretanto, evoluir bastante em garrafa.

Vinhos da Alsacia; O terroir, denominações e classificações

Vinhos da Alsacia; O terroir, denominações e classificações

 

Vinhos da Alsacia; O terroir, denominações e classificações

O sistema de denominações de vinhos da Alsácia é relativamente simples: são duas denominações para vinhos tranquilos – Alsace AC e Alsace Grand Cru AC – e uma para o espumante típico da região – Crémant d’Alsace AC.

Criada em 1962, a Appellation d’origine Contrôlée Alsace engloba vinhos produzidos dentro de limites estabelecidos de forma rígida, que levam em consideração áreas de cultivo históricas.

Os Alsace AC compõem aproximadamente 74% dos vinhos produzidos na região e 92% deles são brancos. Para os vinhos Alsace AC, sempre que o nome da uva estiver estampado no rótulo, subentende-se que se trata de um varietal.

Quando não houver informação da casta, é um blend, que pode tanto levar o nome da marca de seu produtor, quanto ser denominado “Edelzwicker” ou “Gentil”, termos indicativos de que se trata de um assemblage. Todos os vinhos Alsace AC são submetidos a controle de qualidade verificado por uma organização independente, gerenciada pelo Institut National des Appellations d’Origine (INAO).

Já a Alsace Grand Cru AC foi formalizada mais tarde, em 1975, e engloba 51 parcelas de vinhedos definidas de acordo com critérios geológicos e climáticos. A partir de 2011, cada uma dessas parcelas – chamadas localmente de lieux-dits – foi reconhecida como uma denominação de origem própria. Com isso, cada Grand Cru tem seu órgão controlador próprio com poder para estabelecer regras mais rígidas do que as normas de Alsace Grand Cru AC.

Vinhos da Alsacia; O terroir, denominações e classificações

Vinhos da Alsacia; O terroir, denominações e classificações

Em linhas gerais, para receber o status Grand Cru, os vinhos produzidos nessas áreas precisam não apenas ser feitos com uvas estritamente dos respectivos vinhedos, mas também atender a critérios relativos ao rendimento máximo por hectare, modo de condução das videiras, níveis mínimos de amadurecimento das uvas e, claro, qualidade. Os rótulos necessariamente devem indicar a safra do vinho, o nome do lieu-dit Grand Cru onde foi produzido e a variedade de uva utilizada. Permitem-se apenas vinhos varietais; a exceção é a produção de blends em Kaefferkopf e Altenberg de Bergheim Grand Crus AC. Além disso, com exceção de Zotzenberg Grand Cru AC, onde se autoriza o cultivo de Sylvaner, as únicas castas permitidas em Alsace Grand Cru AC são Riesling, Gewürztraminer, Pinot Gris e Muscat. Apenas aproximadamente 4% dos vinhos alsacianos recebem a denominação Alsace Grand Cru AC.