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Morre Denis Dubourdieu, considerado o papa do vinho branco

Enólogo francês, um dos mais respeitados pesquisadores da vitivinicultura, perdeu a batalha contra um câncer

O enólogo francês Denis Dubourdieu, considerado o papa do vinho branco e um dos mais respeitados pesquisadores da vitivinicultura, morreu nesta semana, após perder a batalha contra um câncer. A informação foi confirmada pelo Conselho da Classificação oficial dos vinhos de Bordeaux. Dubourdieu tinha 67 anos.

Nascido em uma família de viticultores, Dubourdieu dedicou toda a sua vida ao estudo e à produção de vinhos. Engenheiro agrônomo de formação, concluiu seu doutorado em 1982 com uma pesquisa sobre a composição macromolecular dos vinhos licorosos, um de seus maiores talentos, que mostra com o célebre rótulo L’Extravagant, um dos maiores Sauternes do mundo e um favorito entre os especialistas. Há quem diga que o vinho branco bordalês existe antes e depois de Dubourdieu. Ávido pesquisador, é considerado um dos maiores especialistas em vinificação e no envelhecimento de brancos.

O francês Denis Dubourdieu, eleito homem do ano pela revista "Decanter"

O francês Denis Dubourdieu, eleito homem do ano pela revista “Decanter”

Foi professor de enologia da Universidade de Bordeaux desde 1987, responsável por formar gerações de enólogos, publicou mais de 200 artigos científicos, e fundou o Institut des Sciences de la Vigne et du Vin em 2009, um prestigioso centro de pesquisa. Este ano, foi eleito o “homem do ano” pela revista Decanter, um grande honraria do mundo do vinho.

Sua lista de realizações é imensa e sua importância entre os amantes do vinho é unânime. Na internet, sua morte é lamentada por nomes como o da crítica inglesa Jancis Robinson, que o citou como um homem de enorme talento. Além de seu vasto conhecimento, é também lembrado por sua simplicidade e generosidade.

Dubourdieu administrava as propriedades da família em Bordeaux (entre elas Château Reynon, Doisy-Däene e Clos Floridène). Também prestava serviços como consultor para inúmeras vinícolas como Château d’Yquem, Cheval Blanc e Margaux (Pavillon Blanc). Deixa a mulher Florence e seus dois filhos Fabrice e Jean-Jacques.

Fonte: Estadão

Morre Paul Pontallier, diretor da ilustre produtora de vinho Château Margaux

Pontallier, que morreu aos 59 anos em decorrência de um câncer, dirigia vinícola de Bordeaux desde 1990

Diretor de uma das mais ilustres casas produtoras de vinho do mundo, o Château Margaux, Paul Pontallier morreu nesta segunda-feira (28), em decorrência de um câncer. Pontallier tinha 59 anos.

Conhecido por sua elegância, Pontallier, que estudou enologia em Montpellier e em Bordeaux, onde pesquisou o efeito do carvalho em tintos, chegou ao Château Margaux na célebre safra de 1983, uma das mais espetaculares da história do vinho francês segundo a crítica internacional. Apenas sete anos depois, assumiu a direção geral da casa. No começo, trabalhou sob a tutela de Émile Peynaud, mas logo ganhou luz própria, não só por fazer o vinho, mas por apresentar bem a propriedade.

Para a inglesa Jancis Robinson, Pontallier fazia parte de uma pequena elite de cientistas do vinho. Sua relação com a proprietária do Château Margaux, Corine Mentzelopoulos, era um prazer de assistir, ela escreve em nota sobre a morte de Pontallier – sem sinais de estratificação social e com respeito mútuo.

Conhecido por sua elegância, Paul Pontallier era diretor do Château Margaux, uma das mais ilustres casas produtoras de vinho do mundo.

Conhecido por sua elegância, Paul Pontallier era diretor do Château Margaux, uma das mais ilustres casas produtoras de vinho do mundo.

“Seu entusiasmo sobre cada safra era tamanho que nós, degustadores do time Spurrier-Robinson, medíamos a qualidade da produção pela altura em que ele alcançava nas pontas dos pés ao descrevê-la. Para ele, não havia safra decepcionante e a qualidade da velha Cabernet Sauvignon do Château Margaux era sempre incomparável”, escreve Robinson.

Fonte: Paladar – Estadao