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O vocabulário da cachaça

Para entender melhor a cachaça, fizemos um pequeno glossário com a explicação de alguns termos e etapas da produção

Após já ter falado um tanto aqui sobre a cachaça, devo fazer um mea-culpa. Não expliquei de antemão alguns termos característicos da bebida e de sua produção, principalmente.

Para se comunicar melhor com a turma da cachaça ou para fazer bonito em uma roda de bar, ou simplesmente para melhor apreciar, eis um pequeno glossário:

 

  • Cachaça:

É a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 % vol. a 48% vol., obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar.

 

  • Aguardente de cana:

É a bebida com graduação alcoólica de 38% vol. a 54% vol, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar.

Então podemos afirmar que toda cachaça é uma aguardente mas nem toda aguardente é uma cachaça – preste atenção em seus volumes alcoólicos!

 

  • Mosto:

É o sumo açucarado antes do processo de fermentação. Pode ser da cana-de-açúcar para a cachaça, de uvas para o vinho, de cereais para o uísque, etc… No caso da cachaça, é o puro suco da cana!

 

  • Fermentação:

É o processo onde as leveduras vão converter o açúcar existente no mosto em álcool. A levedura come o açúcar e expele álcool, gás carbônico e energia na forma de calor. Após as leveduras terem ingerido todo a açúcar, o mosto vira uma espécie de vinho e é hora de levá-lo ao alambique para que se faça a destilação.

 

O vocabulário da cachaça

O vocabulário da cachaça

 

  • Alambique:

É o equipamento usado na destilação de bebidas espirituosas – simplesmente adoro essa definição. Sua forma básica é de uma panela ou caldeira conectada a uma torre, ligada a uma tromba que leva a uma serpentina de resfriamento. É na saída dessa serpentina onde começa a sair as primeiras gotas de cachaça, ou seja, onde PINGA o resultado da destilação.

 

  • Destilação:

É processo de separação química de diversas substâncias em uma mistura líquida, como água e álcool por exemplo. O vinho da cana possui outras substâncias em sua composição, principalmente as que causam a ressaca, mas, como sabemos a temperatura em que cada uma delas evapora, podemos fazer a separação das frações da destilação: a cabeça, o coração e a cauda. E eliminar o que não for desejado (cabeça e cauda) para guardar somente um destilado puro e agradável (coração).

 

  • Cabeça:

Fração inicial do processo de destilação, representa entre 5% e 15% do volume total e contém substâncias tóxicas como o metanol.

 

  • Coração:

É a parte boa da destilação. Rica em ésteres e substâncias que conferem aroma e sabor à cachaça. Corresponde a cerca de 70% a 80% do volume gerado.

 

  • Cauda (ou rabo):

É a parte final, cerca dos 10% finais. Confere mal cheiro e sabor acre.

Após a separação e eliminação da frações de cabeça e cauda, é hora ir para a próxima etapa, que pode ser o engarrafamento ou até o envelhecimento por vários anos em barris de madeira. Antes disso, no entanto, é habitual colocar o coração para descansar. Literalmente. Isso quer dizer que, antes da cachaça ir para a garrafa ou para o barril, é normal deixar o líquido repousar por um período que varia de 3 a 6 meses em um recipiente inerte (aço inoxidável ou madeira neutra), que não vai transferir cor e sabor à bebida.

Assim, quando lhe for oferecida uma cachaça de alambique, saiba que aí vem coisa boa, uma bebida pura feita com o coração. Literalmente.

 

Fonte: Paladar Estadão

14ª edição Concurso Mundial de Bruxelas – Edição Brasil

Alex Ordenes, Sommelier Conseil e editor deste blog é parte do júri

CONCURSO PARA VINHOS E DESTILADOS BRASILEIROS SERÁ EM SÃO PAULO

 A 14ª edição do Concurso Mundial de Bruxelas – Brasil acontece em São Roque em setembro

A região vitivinícola de São Roque, a mais tradicional de São Paulo, receberá pela primeira vez, entre os dias 10 e 13 de setembro próximo, a versão brasileira do mais importante concurso de vinhos e destilados do mundo, o Concours Mondial de Bruxelles, em sua 14ª edição no Brasil.

O evento, que tem como objetivo avaliar anualmente a produção brasileira de vinhos e promover o setor vitivinícola no país, funciona como uma ferramenta de marketing democrática: “as chances de medalha são idênticas para um pequeno produtor artesanal familiar e para uma grande indústria exportadora”, garante Zoraida Lobato, diretora do evento no Brasil.

As degustações são sempre às cegas e realizadas por um júri composto por especialistas, enófilos, enólogos e sommeliers estrangeiros e brasileiros. “Ao compor o júri, damos preferência a jornalistas especializados, que invariavelmente ficam impressionados com a qualidade do vinho brasileiro e se tornam divulgadores do produto e do país no exterior”, afirma a executiva.

Este ano estão inscritas 402 amostras de bebidas, entre vinhos e destilados, segmento no qual se destaca a nova geração de produtores de cachaça, inteiramente orientados à produção de bebidas finas de alto padrão de qualidade, com envelhecimento em barricas de carvalho e outras essências nobres.

14ª edição Concurso Mundial de Bruxelas - Edição Brasil

14ª edição Concurso Mundial de Bruxelas – Edição Brasil

A ideia é criar uma identidade internacional para a cachaça de alto padrão, abrindo novos mercados consumidores mundo afora para a mais brasileira de todas as bebidas. Há bebidas de todas as regiões produtoras do país: vinhos da Serra e da Campanha Gaúchas, da Serra do Sudeste gaúcho; de Pernambuco, do Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo; cachaças do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Rio de Janeiro, Paraíba, Maranhão, Bahia, São Paulo entre outros.

Os cerca de 15 jurados (procedentes de seis países) avaliarão as amostras em total concentração, em salas climatizadas do resort Villa Rossa, na paradisíaca estância climática de São Roque. A cidade foi escolhida por estar em plena fase de revitalização de sua indústria vitivinícola. Eles têm a missão de selecionar no máximo 30% das amostras inscritas para receber as medalhas de Grande Ouro, Ouro e Prata, hierarquia definida pela média das notas alcançadas pelas amostras na prova às cegas. Naturalmente, as degustações seguem um rigoroso e muito bem definido padrão técnico, com o preenchimento de uma ficha de avaliação padronizada e, entre outras peculiaridades, é rigorosamente proibido ingerir a bebida que se prova.

Baudouin Havaux, presidente da Vinopres, empresa belga que organiza o evento em nível mundial, acompanha há quatorze anos a evolução das bebidas adultas brasileiras, e afirma que o país atingiu patamar internacional de qualidade. Havaux destaca a produção de espumantes na Serra Gaúcha, mas também os tintos e brancos de outras regiões, como a Serra Catarinense e a Campanha Gaúcha.

 

14ª edição Concurso Mundial de Bruxelas - Edição Brasil

14ª edição Concurso Mundial de Bruxelas – Edição Brasil

Em relação à cachaça, o executivo de Bruxelas lamenta sua pouca disseminação pela Europa onde, acredita ele, há um vasto mercado potencial para o destilado de cana de açúcar feito no Brasil. “O consumidor fora do país vê a cachaça associada à caipirinha. Bem, a caipirinha é mesmo deliciosa, mas as cachaças envelhecidas também têm enorme potencial para competir com outros destilados, como o uísque e o brandy, por exemplo”, diz Baudouin.

O 14º Concurso Nacional de Vinhos Finos e Destilados/CMB Brasil tem a organização da empresa belga Vinopres e da brasileira Market Press Eventos, com o apoio da revista “Vinho Magazine”, da SP Vinho, Sociedade Paulista de Vitivinicultura, e o patrocínio da Owens-Illinois, fabricante de garrafas, copos e artigos de vidro para o setor de bebidas finas e do hotel resort Villa Rossa.

Serviço:

Concurso Mundial de Bruxelas – Brasil

Facebook: facebook.com.br/concursomundialdebruxelasedicaobrasil

Fonte: Assessoria de Imprensa/ Divulgação