Posts

Casal Mendes Blue: o ‘vinho’ azul feito em Portugal

Chama-se Casal Mendes Blue e foi certificado pelo IVV como “bebida aromatizada à base de vinho”. Ou seja, não é considerado ‘vinho’ pelo IVV. Polémicas à parte, o Casal Mendes Blue tem por base o Casal Mendes branco, produzido pela Bacalhôa Vinhos, a que foi adicionado um corante, que o produtor afirma ser de origens naturais.

Pois bem, qual é o resultado? Para já, o vinho é mesmo azul e, depois de estar no copo, o efeito é quase dramático. Para um enófilo, algo estranho à primeira vista.

É uma bebida com toque ligeiramente adocicado e fácil de gostar. O DNA vinho está lá, sem dúvida. Beba-o bem fresco mas pode-lhe ainda juntar uma pedra de gelo.

Veja Também:

 

 

Ultra-sons para reduzir o tempo de maturação nos tintos

Um projeto com investimento da União Europeia – Horizonte 2020 – vai tentar desenvolver um método de acelerar a maturação de vinhos tintos. A tecnologia do UltraWine (o seu nome) é nova e baseia-se na utilização de ultra-sons de alta potência (HPU, a sigla em inglês).

Na teoria, quando o mosto ou vinho está macerando, a aplicações destes ultra-sons provoca fenómenos de cavitação e a criação de pequenas bolhas que tendem a colidir entre si, implodindo e liberando energia.

Este fenómeno vai depois gerar o desgaste da pelicula das uvas, facilitando assim a liberação da cor e dos componentes fenólicos das uvas. Qual é a vantagem? Será possível, calculam os cientistas, reduzir para metade o tempo de maturação dos tintos.

Esta vantagem é especialmente importante nas adegas que têm que vinificar grandes quantidades de vinho tinto e que têm insuficiente capacidade de cubas de inox: assim liberam-se as cubas mais depressa para receberem nova carrada de uvas, algo extremamente importante no meio de qualquer vindima.

Ultra-sons para reduzir o tempo de maturação nos tintos

Ultra-sons para reduzir o tempo de maturação nos tintos

Por outro lado, este método irá tratar as uvas por um processo mecânico – ao invés do normal, que é térmico. Como os normais tratamentos térmicos podem trazer consigo aromas e sabores próprios, o método de ultra-sons poderá respeitar melhor os aromas varietais nos vinhos.

A maior parte da investigação está neste momento a cargo do departamento de Agro-química e Tecnologia de Alimentos da Universidade de Murcia (UMU), embora a promotora do projecto seja a empresa Agrovin, especializada na fabricação e distribuição de produtos enológicos.

 

Fonte: Revista de Vinhos de Protugal

Veja Também:

 

Alugue umas videiras e faça o seu vinho

Um viticultor/produtor australiano decidiu alugar parte da sua vinha a enófilos locais, na região de Vitória, um pouco a norte de Melbourne.

O homem chama-se Brian Spencer e a empresa ficou com o nome de Shiraz Republic.

O método é fácil: cada enófilo pode alugar o número de videiras que quiser, tratar delas, fazer a vindima e vinificar as uvas na adega da quinta. Cada um faz o que entende, desde que não danifique as videiras e, para os menos avisados, a empresa dá conselhos. O pagamento é feito ao vinho resultante: cerca de €270 para 25 litros e até €1.500 para uma barrica.

Brian disse aos nossos colegas da publicação Australiana “The weekly times” que, em média, os seus clientes visitam a vinha cinco vezes por campanha. A ideia foi colocada em prática em 2011 e a Shiraz Republic já tem cerca de 140 clientes, que exploram 40 toneladas de uva por ano. Cada um dos enófilos decide o que quer fazer: o processo leva cerca de 18 meses, desde a escolha da vinha e seu tratamento, passando pela vindima e vinificação. “A maioria dos clientes fica com cerca de 10 videiras, que dão 25 litros de vinho; podam as videiras, colhem a uva e envolvem-se na vinificação”, diz o proprietário desta quinta.

Alugue umas videiras e faça o seu vinho

Alugue umas videiras e faça o seu vinho

Outro cliente, por exemplo, alugou dois hectares de videiras e começou o seu próprio negócio de vinho, com marca e tudo! Mesmo o fertilizante – biodinâmico, diga-se de passagem – é trazido pelo cliente.

A época das vindimas, como se calcula, é um “caos organizado”, nas palavras de Brian. Mas o entusiasmo de toda a gente é “contagiante”. Na vinificação o pessoal faz a pisa a pé das uvas de Syrah. Alguns escolhem barrica para estágio, outros apenas inox, outros não querem sulfuroso. Ou seja, apesar das uvas serem semelhantes, cada vinho é único. Outra parte engraçada é que depois esta autêntica comunidade faz mais tarde provas comparativas para avaliarem as qualidades enológicas de cada vinho. E trocam garrafas entre eles, cada uma da sua marca.

No final, Brian diz que “não se fica rico a fazer este negócio. Faço-o porque gosto de gozar a vida”. Não sabemos de negócio semelhante em Portugal, pelo menos neste formato. Mas não deverá tardar muito até aparecer um…

 

Fonte: Revista de Vinhos de Portugal