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Aromas animais: você gosta deles?

Quando falamos da qualidade aromática, precisamos sempre levar em conta que o primeiro requisito é que os aromas sejam agradáveis. Existem alguns aromas que fazem parte da exceção desta regra, ou seja, alguns aromas que, às vezes, na nossa vida cotidiana, são considerados desagradáveis; mas quando eles aparecem nos vinhos podem expressar um fator de qualidade e até de nobreza. Uma grande parte deste tipo de aroma provém da evolução do vinho na garrafa.

 Aromas animais:

Nesta categoria entra uma grande quantidade de notas olfativas da família dos “aromas animais”, que, como expliquei anteriormente, trata-se de aromas que quase sempre aparecem com a evolução do vinho na garrafa, mas também há outros que normalmente se associam ao próprio terroir (é o caso das notas animais dos vinhos tintos da Quebrada de Macul, na pré Cordilheira do Vale do Maipo, no Chile, onde a maior parte dos vinhos provenientes deste lugar desenvolve este tipo de aroma, inclusive na sua juventude). Estes aromas, porém, quando estão misturados com outras sensações perceptíveis pelo olfato, podem dar certa classe e originalidade ao aroma do vinho. Neste caso vai ser considerado um aroma muito nobre.

 Uvas com potencial de aromas animais:

Também no caso dos aromas animais, existem algumas variedades de uvas nas quais este aroma faz parte da própria tipicidade, ou seja, dos aromas primários que provém da variedade da uva. A Syrah de clima frio é o melhor exemplo. Estes vinhos sempre têm uma característica animal, bastante intensa e facilmente perceptível, que é considerada parte da tipicidade da uva. Se não acreditam, podem conferir ao provar o vinho Loma Larga Syrah, que é um Syrah que sempre está entre os melhores do Chile, e onde as notas animais se sentem com tanta claridade que as pessoas até ficam “assustadas” e não conseguem gostar do estilo, enquanto muitas outras (nas quais me incluo) amamos deste tipo de aromas. Neste caso as notas animais se percebem como “carne queimada” – é claro, acompanhadas de uma grande quantidade de outros aromas complexos, como cassis e groselhas pretas. Isso quer dizer que os aromas animais, quando estão aportando na complexidade de um vinho, podem obter um resultado maravilhoso.

Aromas animais

Aromas animais

 

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Analise olfativa do vinho

 

 No mundo dos vinhos não existe outra coisa que seja mais importante do que isto.

Ter um bom nariz. Mas isto não tem nada a ver com a parte estética, nem também com o tamanho deste órgão do sistema respiratório, mas, sim, com a capacidade de poder sentir, identificar e expressar os aromas que os vinhos entregam.

Para aqueles que estão começando, a boa notícia é que o olfato (aplicado à degustação) é um sentido que todos podem educar, da mesma maneira que educamos os outros sentidos, como, por exemplo, a vista para as artes como a pintura ou quando educamos o ouvido para aprender idiomas ou para a música.

O olfato é, sem dúvidas, o sentido mais importante, até mais importante que o paladar. Ele é muito mais exato e preciso, e consegue distinguir milhares de aromas diferentes. A primeira coisa que precisamos entender é que nossa capacidade e qualidade gustativa estarão sempre ligadas à nossa análise olfativa. Portanto, quanto melhor é nossa análise olfativa, melhor será nossa degustação, e, consequentemente, melhor conseguiremos apreciar os aromas que os vinhos exalam e tirar o melhor de cada garrafa.

Do contrário, não adianta comprar garrafas caras, vinhos de boa qualidade, ou até mesmo deixá-lo vinhos evoluir na garrafa durante anos para desenvolver aromas mais complexos, já que, se não temos a capacidade de perceber os aromas, identificá-los, classificá-los e desfrutá-los do jeito certo, nada do anterior teria sentido.

Aromas frutados nos vinhos

Aromas frutados nos vinhos

Então, por onde começar?

O nosso principal objetivo vai ser poder armazenar no nosso cérebro (na nossa memória olfativa) a maior quantidade de aromas possível, mas não basta deixá-los guardados. Precisamos tê-los sempre “à mão”, ou seja, deve ficar muito clara a informação olfativa, de maneira que toda vez que a gente se exponha a este aroma de novo, seremos capazes de reconhecê-los.

A dica é tentar extrair ao máximo os aromas que estão no nosso dia-a-dia, já que só desta maneira vamos realmente melhorar nosso “nariz”, e melhorar a nossa degustação.

A intensidade aromática:

Uma garrafa de vinho, para ser considerada de qualidade, deve ter aromas intensos, mas com a condição que estes sejam agradáveis. Para poder saber sobre a qualidade dos aromas é muito simples – já que está naturalmente relacionada às sensações que são agradáveis e às que não são. Por exemplo, as notas de flores e de frutas são consideradas aromas muito agradáveis nos vinhos, e elas realmente são também muito agradáveis na nossa vida cotidiana.

Mas os aromas de “esgoto”, podre, vinagre e muitos outros que são para nós absolutamente desagradáveis, quando aparecem nos vinhos (que de fato aparecem muitas vezes) são considerados, como podem imaginar, também desagradáveis.

E aí não importa se o vinho tem uma alta intensidade, já que o que estará entregando será algo ruim. Portanto, o que importa primeiro é a qualidade do aromas por sobre a intensidade aromática.