Os vinhos devem ter bons aromas, e atualmente são poucos os apreciadores que preferem vinhos neutros e/ou pobres – aromaticamente falando. Quando os aromas são intensos e abundantes são considerados de qualidade, mas existe um detalhe muito importante e que se refere que seus aromas têm que ser agradáveis.
Todos os aromas de frutas e flores, que fazem parte da família dos aromas primários (os que provêm da própria uva) são sempre agradáveis. Mas tem uma família dentro desta categoria de aromas primários onde precisamos prestar muita atenção, já que não são sempre aromas que nos interessam que estejam nos vinhos. Sá os aromas herbáceos.
Vinhos brancos
Quando estamos frente a vinhos brancos, principalmente aqueles que não têm guarda em madeira (como o Sauvignon Blanc, por exemplo) os aromas herbáceos fazem parte da tipicidade da uva, e se eles estão acompanhados de outro tipo de família aromática, como as frutas, as flores, os cítricos, etc., é algo que aporta, que ajuda ao vinho ter uma diversidade e complexidade melhor. Há muitos Sauvignon’s Blanc de qualidade com aromas herbáceos de grama cortada ou outros aromas similares, mas são de qualidade.
Vinhos Tintos
O problema começa quando estes aromas são dominantes nos aromas dos vinhos tintos.
Tem algumas uvas que são mais propensas, onde se encontra este aroma com maior frequência. Trata-se da família das Cabernet’s, onde, além da mundialmente famosa Cabernet Sauvignon, está também a Cabernet Franc e a Carménère.
Pimentão é um aroma carateristicos dos Carmenéres chilenos
Os Aromas Piracínicos
Quando temos alguma destas uvas, e que são produzidas com uma relação de alta produção por hectare, estes aromas, conhecidos também como “piracínicos”, se multiplicam e são nitidamente dominantes. Aí já não é agradável, já que o aroma vai ser “unidimensional” – ou seja, só um tipo de aroma… Só aromas de ervas.
Também, quando algumas das variedades de uvas já assinaladas estão plantadas em clima muito frio, estas fragrâncias vão dominar no aroma. É que o sol e as temperaturas que “queimam” este aroma piracínico (também muitas vezes chamado como “pimentão verde”, portanto, se a parreira está em um clima frio vai chegar à hora da colheita e estes aromas ainda estarão na uva, e finalmente irão parar em sua taça de vinho.
Como se isto não fosse suficiente, a evolução deste tipo de aroma é muito ruim. Com o passar do tempo ele vai se transformando em um aroma vegetal desagradável, e muitas vezes se transforma em notas orgânicas, quase como terra úmida, esgoto…
Nos vinhos mais simples (mais baratos) é muito comum encontrar aromas herbáceos, mas se eles estão misturados a romãs, a frutas ou outro tipo de aroma, não precisa se preocupar. Os vinhos mais simples sempre são produzidos na lógica de uma grande quantidade de quilos de uvas por hectare, ou com as parreiras mais jovens, mas o problema é mais grave quando se trata da Carménère, já que de todas as tintas, esta uva tem uma tendência enorme a desarrochar este tipo de aroma, por isso que isso se torna algo difícil de ser encontrado: Carménère’s baratos e que tenham boa qualidade, principalmente quando se trata de vinhos elaborados com uvas de climas frios.