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A vinícola Casa Valduga vai investir em Portugal

O grupo Famiglia Valduga, que detém uma das mais reconhecidas produtoras de vinho no Brasil, está avaliando a possibilidade de investir em Portugal.

O anúncio foi feito esta semana pelo presidente, Juarez Valduga, durante um almoço em Caxias do Sul, estado do Rio Grande do Sul, em simultâneo com a revelação de que irá abrir uma empresa produtora no Chile.

Recorde-se que atualmente o grupo engloba a Casa Valduga (a maior cave de espumantes da América Latina), a Domno Importadora (produção de espumantes e importação de vinhos), a Casa Madeira (produção de sumos e produtos gourmet), a Cervejaria Leopoldina (cervejas artesanais), e a Vinotage (fabrica de cosméticos à base dos ativos das uvas e vinhas).

A vinícola Casa Valduga vai investir em Portugal

A vinícola Casa Valduga vai investir em Portugal

 

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Você conhece a cerveja produzida com bactéria vaginal?

Bottled Instinct: a cerveja feita com bactérias que produzem ácido lático encontradas naturalmente na vagina

Você acha que já viu de tudo? Que tal a cerveja que é feita com bactéria vaginal? A cervejaria polonesa Order of Yoni pretende lançar uma cerveja feita com bactérias que produzem ácido lático encontradas naturalmente na vagina, batizada de “Bottled Instinct” (“Instinto Engarrafado”, em tradução livre).

Os primeiros seis lotes da cerveja, contando com pelo menos 16.600 garrafas, serão produzidos com as bactérias extraídas da vagina da modelo tcheca Alexandra Brendlova. A empresa garante que seu produto não terá qualquer cheiro vaginal ou gosto que não seja o de uma cerveja, e que apenas será aromatizado com o “instinto” feminino da modelo.

Para a produção da bebida, a Order of Yoni lançou uma campanha de financiamento coletivo, mais conhecida como crowdfunding, com o intuito de obter o capital necessário para manter o projeto.

A meta da empresa é obter 150 mil euros para cobrir gastos com o processo de fabricação da bebida, que incluem os ingredientes para a produção, decoração das garrafas, pagamento da modelo, entre outros, e qualquer pessoa pode contribuir com valores diferenciados. Por exemplo, se uma pessoa contribuir com 39 euros, receberá um voucher que dará direito a uma garrafa de cerveja e um copo da marca.

 

Order of Yoni: Bottled Instinct, a cerveja feita com bactérias que produzem ácido lático encontradas naturalmente na vagina

Order of Yoni: Bottled Instinct, a cerveja feita com bactérias que produzem ácido lático encontradas naturalmente na vagina

 

Se você quiser contribuir, este é o link da campanha

 

Novo presidente da Associação Brasileira de Enologia comenta o mercado de vinhos nacionais

Confira a entrevista com Edegar Scortegagna

Edegar Scortegagna, enólogo da Luiz Argenta Vinhos Finos, assume em 2017 o cargo de presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE). Abaixo ele fala sobre o vinho brasileiro.

Qual o maior desafio do vinho brasileiro hoje? A concorrência dos importados? 

Não vejo outros países como concorrentes. O consumidor não é fiel, e nem deve ser, ele gosta de provar diferentes vinhos. Então acredito que o maior desafio é fazer o consumidor conhecer mais os produtos brasileiros, criar cursos de degustação, falar cada vez mais sobre nossos rótulos.

Acha que a aceitação do público melhorou? O preço atrapalha?

A aceitação do público melhorou muito, principalmente nos últimos dois anos. Mas ainda precisamos de um voto de confiança, que acreditem no vinho brasileiro e que brindem com ele para ajudar os produtores nacionais e a economia. O problema maior sobre os preços do vinho brasileiro são os impostos. Além disso, também dependemos dos insumos importados, com alta carga tributária. Outro ponto é que cada estado tem sua tributação, o que faz com que o mesmo vinho tenha preços distintos em diferentes lugares.

Novo presidente da Associação Brasileira de Enologia comenta o mercado de vinhos nacionais

Novo presidente da Associação Brasileira de Enologia comenta o mercado de vinhos nacionais

 

Você é de uma geração de enólogos que atuou no exterior antes de trabalhar no País. Que influências trouxe de lá?

A Europa produz vinhos há milhares de anos e ensina enologia há mais de cem anos. Tenho certeza de que estudar outras realidades, conhecer novos terroirs, só faz crescer a cultura dos vinhos. Não estou dizendo que os vinhos de outros países são melhores ou piores do que os nossos, mas o fato de conhecer outras realidades e saber adaptá-las à nossa pode fazer a diferença.

 

Fonte: Estadão

Congresso Mundial da vinha e o vinho começa este fim de semana no Bento Gonçalves

Pesquisa confirma: uma cerveja ‘deixa as pessoas mais sociáveis’

Pesquisadores na Suíça confirmaram o que muita gente já desconfiava: beber um copo de cerveja pode deixar as pessoas mais sociáveis.

Os experimentos, feitos pelo hospital da Universidade da Basileia, envolveram 60 pessoas, com um número igual de homens e mulheres consumindo cerveja com álcool e sem álcool.

Depois, os participantes foram submetidos a uma série de testes, incluindo reconhecimento de feições, empatia e excitação sexual.

As pessoas que ingeriram bebida alcoólica demonstraram mais desejo de estar na companhia de outras pessoas, em um ambiente aberto, animado e de conversa. A diferença foi mais perceptível entre as mulheres e as pessoas naturalmente mais inibidas.

A cerveja também fez com que os participantes reconhecessem feições alegres mais facilmente e reforçou sua empatia emocional – particularmente entre as pessoas com baixos níveis iniciais de empatia.

Depois, os pesquisadores mostraram aos participantes imagens de conteúdo sexual explícito.

Os participantes que consumiram cerveja sem álcool classificaram essas imagens como menos agradáveis que fotos de conteúdo neutro. Já as pessoas que consumiram álcool consideraram as fotos como mais agradáveis.

A diferença foi mais marcante entre as mulheres, mas os pesquisadores não notaram necessariamente um maior nível de excitação sexual.

 

Pesquisa confirma: uma cerveja 'deixa as pessoas mais sociáveis'

Pesquisa confirma: uma cerveja ‘deixa as pessoas mais sociáveis’

 

Álcool e emoções

O coordenador da pesquisa, Matthias Liechti, disse que o estudo vem preencher uma lacuna nesse campo do conhecimento.

“Embora muita gente beba cerveja e conheça os seus efeitos por experiência própria, existem surpreendentemente poucos dados científicos sobre os efeitos (do álcool) no processamento de informações emocionais e sociais”, afirmou.

A pesquisa foi detalhada na publicação científica Psychopharmacology e apresentada na Conferência do Congresso Europeu de Neuropsicofarmacologia (ECNP), voltado para pesquisas sobre as doenças que afetam o cérebro.

Para o ex-diretor do comitê científico do ECNP Wim van den Brink, o estudo “confirma a sabedoria tradicional de que o álcool é um lubrificante das relações sociais, e que o uso moderado do álcool deixa a maioria das pessoas mais felizes, mais sociáveis e menos inibidas quando se trata de sexo”.

Para ele, “as diferenças entre os sexos nas conclusões podem ser explicadas ou pela diferença nas concentrações de álcool no sangue de homens e mulheres que ingeriram a mesma quantidade de bebida, diferenças em relação à tolerância devido ao uso anterior de álcool, ou fatores sócio-culturais”.

Van den Brink também apontou que “as emoções relacionadas ao álcool que aparecem nos estudos não são sempre consistentes com os comportamentos na realidade”.

 

Recomendação

O Ministério da Saúde considera como consumo abusivo a ingestão de quatro ou mais doses de álcool para mulheres (em única ocasião, nos últimos 30 dias) ou cinco ou mais doses para homens (em única ocasião, nos últimos 30 dias).

Uma dose corresponde a uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou dose de destilado.

Essa referência corresponde à quantidade capaz de produzir concentração de álcool no sangue suficiente para causar alterações neuromotoras.

Porém, fatores como peso corporal, beber de estômago vazio e composição de gordura no corpo podem determinar como cada indivíduo reage às mesmas doses da substância.

Por isso, desde o início da Lei Seca no Brasil, por exemplo, é proibido beber qualquer quantidade de álcool e dirigir.

Alguns países também fazem recomendações para uso semanal e diário de álcool.

No Reino Unido, o conselho é que homens e mulheres limitem sua ingestão de bebidas alcóolicas a menos de dois copos de cerveja ou uma taça de vinho por dia. Essa recomendação leva em conta evidências ligando álcool a alguns tipos de câncer, como câncer de mama.

Alguns especialistas também alertam para os riscos de beber álcool todos os dias, ainda que moderadamente, e recomendam pelo menos dois dias por semana de hiato sem consumo nenhum.

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Fonte: UOL

Cidade belga inaugura “cervejoduto” e promete bebida grátis

A cidade belga de Bruges inaugurou o primeiro cervejoduto do mundo na última sexta-feira (16 de setembro), abrindo a rota ao futuro e, para seus cidadão, ao caminho do bar. Os dutos possuem cerca de três quilômetros de extensão e saem do centro da cidade, do bar De Halve Maan, até a engarrafadora localizada no subúrbio da cidade.

A cervejaria De Halve Maan é uma das mais antigas do país e para construir o cervejoduto, que custou aproximadamente US$ 4,5 milhões, recorreu a um método diferente: prometer cerveja grátis para quem doasse para o projeto.

Como resultado, mais de 500 pessoas doaram na campanha de crowdfunding, uma espécie de “vaquinha” online. Cada um deles irá receber a bebida grátis pelo resto da vida, promete a cervejaria. Tudo, porém, de acordo com o investimento.

 

Cidade belga inaugura "cervejoduto" e promete bebida grátis

Cidade belga inaugura “cervejoduto” e promete bebida grátis

 

“Quem fez um pequeno investimento, por exemplo, talvez receba apenas algumas latas de cerveja todos os anos no dia do aniversário”, explica Xavier Vanneste, diretor da De Halve Maan. “Porém, quem pagou a cota máxima pode receber uma garrafa de cerveja diária pelo resto da vida”, complementa.

A ideia dos dutos, ainda segundo Vanneste, foi reduzir os gastos com transportes, principalmente pelo fato de Bruges, uma cidade medieval, contar com ruas apertadas e receber cerca de 2 milhões de turistas anualmente, o que dificulta o transporte de mercadorias, especialmente pelo centro, região em que fica a empresa criada no século 16.

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Exportações de vinhos brasileiros crescem 33% em valor no semestre

Vendas para o Exterior também se ampliaram em volume e preço médio por litro

Com US$ 2,2 milhões exportados em vinhos e espumantes nos primeiros seis meses do ano, o setor vitivinícola brasileiro ampliou em 33,27% o desempenho registrado no mesmo período de 2015.

Em volume, as vendas para o Exterior cresceram 26% com a remessa de 835,5 mil litros. O setor também verificou uma melhora no valor médio por litro, passando de US$ 2,51 para US$ 2,65. Os dados foram apurados pelo Wines of Brasil, projeto realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para promoção no mercado internacional.

Segundo o presidente do Ibravin, Dirceu Scottá, a visibilidade dada ao País por sediar as Olimpíadas contribuiu para fortalecer a imagem dos produtos brasileiros.

O presidente avalia ainda que, além da exposição em função dos jogos, o crédito do resultado obtido na primeira metade do ano se deve a uma soma de fatores, como o ajuste na estratégia de parceria comercial e ações promocionais no mercado norte americano, a retomada nas vendas no Reino Unido após o fim dos estoques acumulados no período pós-Copa do Mundo, e ao amadurecimento na atuação de mercados tradicionais, como o Paraguai, pelas vinícolas exportadoras.

“As vinícolas hoje estão com distribuidores mais alinhados ao perfil de produto brasileiro. Com isso, passaram a ter mais relevância dentro do portfólio que é trabalhado no Exterior”, complementa Scottá.

 

Exportações de vinhos brasileiros crescem 33% em valor no semestre

Exportações de vinhos brasileiros crescem 33% em valor no semestre

 

No primeiro semestre, os vinhos brasileiros foram exportados por 17 vinícolas para 28 países. Entre os mercados-alvo do Wines of Brasil, o destaque foi o Reino Unido, que praticamente triplicou o volume adquirido, passando de 29,7 mil litros para 83,3 mil litros. Nos Estados Unidos, o incremento foi de 23% em volume, saltando de 117,5 mil litros para 144,7 mil litros. Entretanto, em valor, as exportações cresceram 42%, atingindo US$ 444,6 mil. Scottá cita que uma ação promocional com a cadeia de restaurantes Seasons 52, por exemplo, abriu distribuição dos rótulos verde-amarelos em 42 estados americanos.

Para o próximo semestre, tendo em vista os negócios sinalizados pelas vinícolas exportadoras, a tendência é de que o desempenho se mantenha nesse patamar.

“O resultado das exportações ainda é pequeno, mas extremamente importante para a construção de parcerias mais sólidas no mercado internacional e para o posicionamento do Brasil como produtor mundial de vinhos de qualidade”, conclui Scottá.

Saiba mais

O Wines of Brasil é um projeto de promoção comercial dos vinhos, espumantes e suco de uva brasileiro no mercado internacional, realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O projeto conta atualmente com a participação de 30 vinícolas e tem como mercados-alvo os Estados Unidos, Reino Unido e China.

Exportações de vinhos brasileiros crescem 33% em valor no semestre

Exportações de vinhos brasileiros crescem 33% em valor no semestre

Exportação de vinhos brasileiros:

Período: janeiro a junho 2015/2016

                                                2015               2016                Crescimento %

Em volume (litros)         662.496           835.513                   26,11%

Em valor (US$/FOB)  1.660.524,00      2.213.043,00          33,27%

Preço médio (US$/litro)   2,51                 2,65                        5,58%

Total de países                         27                    28

 

Exportações de vinhos brasileiros crescem 33% em valor no semestre

Exportações de vinhos brasileiros crescem 33% em valor no semestre

 

Ranking dos países compradores em 2016:

                        Volume           Valor US$        US$/L

1º Paraguai               331.303           510.717,00        1,54

2º Estados Unidos   144.751           444.673,00         3,07

3º Reino Unido         83.306             335.416,00         4,03

4º Colômbia              111.590           278.976,00         2,50

5º China                     19.062             89.235,00           4,68

6º Finlândia              15.139             76.951,00            5,08

7º Alemanha             13.355             65.688,00            4,92

8º Canadá                  10.292             56.813,00            5,52

9º Japão                     18.224             55.791,00            3,06

10º Bolívia                 12.338             39.676,00             3,22

 

Fonte: Instituto Brasileiro do  Vinho

Pinto Bandeira: a primeira Denominação de Origem para espumantes do Novo Mundo

A região vinícola do Rio Grande do Sul pode se tornar a primeira região fora da Europa com a certificação de D.O. de espumantes

Uma espécie de Champagne brasileira está por nascer. Até 2018, Pinto Bandeira, no Rio Grande do Sul, pode ser a única região do Novo Mundo a ter uma certificação de Denominação de Origem para espumantes. Na prática, isso significa um selo de qualidade que diz que a bebida é feita a partir de uma cartilha, como acontece na França.

A D.O. Pinto Bandeira produzirá espumantes pelo método tradicional, com pelo menos 18 meses de maturação, a partir de três cepas – Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico – cultivadas em espaldeira (plantio vertical). As normas também determinam o limite máximo de quilos de uvas produzidos por hectare plantado e o máximo de rendimento de vinho por quilo de uva. “Sabemos que teremos de fazer um trabalho intenso para explicar ao público como é importante ter um vinho de uma D.O., porque no Brasil não entende-se muito bem o que elas representam, é tudo muito novo”, diz o presidente da Associação dos Produtores de Pinto Bandeira, Daniel Panizzi.

 

Pinto Bandeira a primeira Denominação de Origem para espumantes do Novo Mundo

Pinto Bandeira a primeira Denominação de Origem para espumantes do Novo Mundo

 

Hoje, o Brasil tem cinco regiões vinícolas com indicação geográfica, certificação concedida pelo INPI e criada para conferir reputação, valor e identidade a um produto. São quatro com a indicação de procedência (IP), que demarca a origem das uvas e da produção, todas no Rio Grande do Sul: Altos Montes, Monte Belo, Pinto Bandeira e Farroupilha, a mais recente da lista. Apenas o Vale dos Vinhedos tem Denominação de Origem no Brasil, o que dá padrões até para a identidade visual de seus vinhos. As regiões da Campanha Gaúcha e do Vale do São Francisco (BA e PE) estão com processos em andamento para conseguir a IP.

Em Pinto Bandeira, são quatro as vinícolas que comandam a campanha pela D.O., Don Giovanni, Aurora, Valmarino e Cave Geisse. E a indicação deve ser restritiva, quem quiser entrar, terá de se adaptar. “Isso promoverá um grau de especialização em determinadas variedades e trará a valorização da qualidade. Prevemos mudanças importantes na forma da produção da região”, diz o diretor da Cave Geisse e envolvido no projeto, Daniel Geisse.

Fonte: Estadão

 

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Cerveja brasileira tem 45% de milho no lugar da cevada, aponta estudo

Entre uma loura gelada e outra, consumidores não sabem que, com o aval da legislação brasileira, a cerveja fabricada pelas grandes indústrias contém 45% de milho em vez de cevada. Por tradição, a bebida é feita com água, malte (produzido com a cevada) e lúpulo, mas os rótulos de grandes marcas trazem o misterioso ingrediente “cereais não maltados” em sua fórmula.

Análises feitas desde 2008 pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da Universidade de São Paulo (USP), mostram que o uso do milho é de, em média, 45%, bem próximo do limite máximo estipulado pela legislação de, 50%.

— Sempre detectamos milho nas análises. Isso porque o milho chega a ser 30% mais barato do que a cevada. O problema é que o rótulo não é mais claro, e a legislação permite — diz o coordenador da pesquisa, professor Luiz Antônio Martinelli.

Ele prefere não fazer juízo de valor sobre a qualidade, mas critica a forma como as cervejarias omitem que têm milho ou arroz nas bebidas. Esse último cereal não consegue ser detectado nas análises feitas pela USP que, segundo Martinelli, segue a metodologia usada em todo o mundo.

Cerveja brasileira tem 45% de milho no lugar da cevada, aponta estudo

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Em busca de mais sabor, o administrador Eduardo Lopes, de 34 anos, abandonou as cervejas com milho.

— Comecei a conhecer as cervejas e a entender melhor em 2010, e não aguento mais beber cerveja com milho. Quando faço churrasco, compramos a Heineken, que é puro malte, e fica uns R$ 30 mais caro — conta.

A Ambev, dona de Antarctica, Brahma, Bohemia, Caracu, Stella Artois e Skol, preferiu não comentar o estudo. A Heineken Brasil, de rótulos como Kaiser, Xingu, Sol e Bavaria, explica que a utilização de cereais não maltados varia por produto.

— Estes cereais contribuem de maneira muito positiva nas características de leveza e na refrescância das cervejas — justifica o consultor de Tecnologia da empresa, Francisco Braz Iguti, completando que a Heineken produzida no Brasil é puro malte, e segue a mesma fórmula da estrangeira.

Cerveja brasileira tem 45% de milho no lugar da cevada, aponta estudo

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Bebedores de cerveja desconhecem formulação

O garçom João Batista, de 33 anos, não sabia que as cervejas brasileiras têm milho, mas não pretende mudar de produto.

— Isso é algo que nunca procurei saber, e não sou de tomar cervejas importadas — afirmou, ao saborear uma cerveja nacional.

Assim como João, o aposentado José Francisco, de 65 anos, não sabia da presença do milho na cerveja, alegando que não dá para distinguir o sabor:

— Não me sinto enganado, e vou continuar bebendo a minha Antarctica.

Para acabar com a falta de informação, a coordenadora da Proteste — Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, alerta que a composição das cervejas deveria ser mais clara nos rótulos.

— A embalagem deveria informar quanto de milho e de cevada há para que o consumidor decida o que vai comprar — acredita.

O Ministério da Agricultura, responsável pela legislação do setor, fez uma consulta pública, em janeiro, para definir os padrões de identidade e qualidade de cerveja, mas, na prática ainda não há previsão de mudanças.

Os sommeliers de cerveja fazem coro para as alterações.

—Todas as cervejas estão de acordo com o limite máximo permitido e, portanto, se existe algo a ser debatido é este limite. A maioria absoluta dos consumidores nem sabe o que é puro malte — explica o sommelier José Raimundo Padilha.

A também sommelier Andrea Calmon lembra que é preciso prestar atenção quando a garrafa diz que a cerveja contém carboidratos, outro indicativo da presença de cereais como o milho.

Para ser considerada premium, uma cerveja deve conter a quantidade máxima de 25% de cereais não maltados — completa Andrea.

Na escolha entre milho e cevada, os nutricionistas dizem que ambos trazem benefícios. A sensação de estar empapuçado estaria relacionada ao processo de fermentação.

— Quanto mais baixa a fermentação, menor será esse efeito. A cevada é extremamente nutritiva, rica em fibras e vitaminas do Complexo B — afirma a nutricionista Mariana Taranto.

 

Cerveja brasileira tem 45% de milho no lugar da cevada, aponta estudo

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Fonte: Extra Globo