Aromas animais: você gosta deles?

Quando falamos da qualidade aromática, precisamos sempre levar em conta que o primeiro requisito é que os aromas sejam agradáveis. Existem alguns aromas que fazem parte da exceção desta regra, ou seja, alguns aromas que, às vezes, na nossa vida cotidiana, são considerados desagradáveis; mas quando eles aparecem nos vinhos podem expressar um fator de qualidade e até de nobreza. Uma grande parte deste tipo de aroma provém da evolução do vinho na garrafa.

 Aromas animais:

Nesta categoria entra uma grande quantidade de notas olfativas da família dos “aromas animais”, que, como expliquei anteriormente, trata-se de aromas que quase sempre aparecem com a evolução do vinho na garrafa, mas também há outros que normalmente se associam ao próprio terroir (é o caso das notas animais dos vinhos tintos da Quebrada de Macul, na pré Cordilheira do Vale do Maipo, no Chile, onde a maior parte dos vinhos provenientes deste lugar desenvolve este tipo de aroma, inclusive na sua juventude). Estes aromas, porém, quando estão misturados com outras sensações perceptíveis pelo olfato, podem dar certa classe e originalidade ao aroma do vinho. Neste caso vai ser considerado um aroma muito nobre.

 Uvas com potencial de aromas animais:

Também no caso dos aromas animais, existem algumas variedades de uvas nas quais este aroma faz parte da própria tipicidade, ou seja, dos aromas primários que provém da variedade da uva. A Syrah de clima frio é o melhor exemplo. Estes vinhos sempre têm uma característica animal, bastante intensa e facilmente perceptível, que é considerada parte da tipicidade da uva. Se não acreditam, podem conferir ao provar o vinho Loma Larga Syrah, que é um Syrah que sempre está entre os melhores do Chile, e onde as notas animais se sentem com tanta claridade que as pessoas até ficam “assustadas” e não conseguem gostar do estilo, enquanto muitas outras (nas quais me incluo) amamos deste tipo de aromas. Neste caso as notas animais se percebem como “carne queimada” – é claro, acompanhadas de uma grande quantidade de outros aromas complexos, como cassis e groselhas pretas. Isso quer dizer que os aromas animais, quando estão aportando na complexidade de um vinho, podem obter um resultado maravilhoso.

Aromas animais

Aromas animais

 

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Turquia, China, Georgia e região de Finger Lakes nos Estados Unidos estão entre as mais promissoras

Você já experimentou um vinho feito da uva Öküzgözü?

Provavelmente não, mas talvez em um futuro próximo ela esteja em sua mesa. Esta variedade de nome esquisito é natural da Turquia, uma das regiões mais promissoras do mundo do vinho atualmente e que pode se tornar uma potência no futuro segundo especialistas. No entanto, além da Turquia, experts apontam ainda outras três regiões no mundo com grande potencial de crescimento: China, Geórgia e a área de Finger Lakes nos Estados Unidos. Todas até então pouco conhecidas pelos enófilos.

Segundo o jornalista especializado em vinhos, Gregory Dal Piaz, a Turquia deve se tornar um grande player no mercado do vinho nos próximos anos. O país já é o sexto maior produtor de uvas do mundo e, apesar de ser conhecido pelas uvas de mesa, isso está mudando. Além disso, os turcos já produzem 28 milhões de litros por ano, mas têm potencial para dobrar essa quantidade facilmente, invadindo o mercado global. Outra qualidade da vitivinicultura turca são as variedades indígenas, incluindo a Öküzgözü, que em personalidade e é fácil de agradar, lembrando um pouco da Dolcetto, italiana. Piaz acredita que, em pouco tempo, ela produzirá grandes vinhos.

Já a China está na mira dos grandes players mundiais há algum tempo. Em uma década, os chineses duplicaram o número de hectares plantados no país (de 300 para 600 mil), tornando-o o maior produtor de uvas do mundo. Uma das vantagens da China é que diversos grandes grupos do mundo do vinho, como LVMH e Domaine Baron de Rothschild, estão investindo bastante na produção local e criando um padrão de qualidade para a indústria chinesa.

Outras duas regiões que, apesar de bem menos badaladas, também estão sendo observadas de perto pelos especialistas são Finger Lakes nos Estados Unidos e a Geórgia. A área no nordeste norte-americano é conhecida por seus Riesling e agora tem recebido muito capital de investimento. Dois grandes produtores Paul Hobbs e Johannes Selbach, por exemplo, fizeram uma joint-venture para desenvolver vinhos no lago Seneca. Já a Geórgia, conhecida pelos vinhos “laranja” e a fermentação em ânforas, tem chamado a atenção por seus tradicionais vinhos Qvevri – fermentados no barro Qvevri. Esses vinhos são a porta entre o histórico e o moderno nesse país onde estão as raízes da vitivinicultura mundial.

Vinhos da China

Vinhos da China

Fonte: Revista Adega

 

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